Risco de pobreza cresceu em Portugal em ano de pandemia

Em ano de pandemia, nove países europeus, incluindo Portugal, viram o risco de pobreza entre cidadãos dos 18 anos 64 anos agravar-se. No conjunto da UE, essa taxa manteve-se estável.

Portugal foi um dos nove países europeus que, em ano de pandemia, registaram um agravamento do risco de pobreza entre os cidadãos dos 18 anos 64 anos de idade face a 2019. De acordo com as estimativas divulgadas, esta segunda-feira, pelo Eurostat, no conjunto do bloco comunitário a taxa em questão manteve-se estável.

“Ao nível da União Europeia, o rendimento disponível por agregado familiar bem como a taxa de risco de pobreza permaneceram estáveis em 2020. Ainda assim, a situação variou entre os Estados-membros“, salienta o Gabinete de Estatísticas.

Assim, e comparando com 2019, enquanto em cerca de metade dos países para os quais há dados os indicadores em causa mantiveram-se em níveis estáveis, em nove aumentou do risco de pobreza, incluindo Portugal. Os agravamentos mais expressivos foram registados em Espanha, Itália, Eslovénia e Grécia, detalha o Eurostat. A contrariar, na Estónia, o risco de pobreza diminui.

De notar que o ano de 2020 ficou marcado pela crise sanitária e pelo seu impacto nas economias, à boleia das restrições que foram impostas em todo o mundo para mitigar o agravamento da pandemia. Em consequência, o desemprego aumentou e muitos setores de atividade tiveram de fechar portas temporariamente, o que afetou também os rendimentos dos trabalhadores.

No conjunto da União Europeia, o rendimento médio do trabalho para a população entre 18 e 64 anos recuou 7% face a 2019, avança o Eurostat, esta segunda-feira. “As perdas de rendimento do trabalho ficaram sobretudo a dever-se à subida sem precedentes dos trabalhadores ausentes do trabalho ou com horários reduzidos“, explica o Gabinete de Estatísticas, referindo-se aos regimes equivalentes ao português lay-off simplificado, que tem permitido aos empregadores suspenderem contratos de trabalho ou reduzirem horários.

O lado positivo de medidas como essa é que têm garantido aos trabalhadores os seus ordenados, mitigando o impacto da pandemia nos rendimentos. “Estes regimes temporários tiveram um papel importante na estabilização dos salários e dos rendimentos dos agregados, em particular nos agregados com baixos rendimentos”, sublinha, por isso, o Eurostat, destacando o caráter progressivo destes apoios.

Em Portugal, além do lay-off simplificado, também o apoio à retoma progressiva permite aos empregadores cortarem o período normal de trabalho, sem que isso implique cortes salariais, já que a Segurança Social transfere uma ajuda para esse fim. O Governo tem sublinhado que a proteção do emprego e dos rendimentos tem sido, desde o início da pandemia, uma das suas grandes prioridades.

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