Inteligência artificial põe estas cidades portuguesas a um passo do futuro

De Matosinhos a Lisboa, do Porto a Cascais, algumas cidades já aplicam métodos de inteligência artificial para automatizarem processos ou preverem o futuro. Conheça alguns exemplos nacionais.

A inteligência artificial não é uma coisa do futuro. É um conjunto de métodos e tecnologias capazes de gerarem benefícios concretos. E algumas cidades portuguesas já estão a aproveitar a tendência para vários fins.

O ECO compilou um conjunto de exemplos de aplicações da inteligência artificial em contexto municipal. A lista não é extensiva, mas permite ter uma ideia do potencial transformador da inteligência artificial, indutora de melhorias e poupanças.

Respostas mais rápidas a ocorrências

Métodos de inteligência artificial podem antecipar ocorrências e ajudar os humanos a agirem mais rapidamente, o que se revela de grande utilidade para a gestão de uma cidade.

A autarquia de Lisboa tem-se envolvido em projetos ligados à inteligência artificial. Um desses projetos passou pelo “desenvolvimento de um modelo analítico com recurso a algoritmos de análise preditiva e de inteligência artificial” para que o Regimento de Sapadores de Bombeiros possa ter “um tempo de resposta às ocorrências nunca superior a 10 minutos.

Lisboa tem ainda implementada uma Plataforma de Gestão Inteligente, que integra vários dados acerca da cidade e permite “processar e disponibilizar informação útil à gestão operacional e estratégica” da vida urbana, através de “poderosas ferramentas de analítica”.

Redução de resíduos nas ruas

No ano passado, a Câmara Municipal de Lisboa, ao abrigo de uma parceria, colocou um veículo adaptado a percorrer as ruas da cidade em busca de resíduos.

O veículo era capaz de detetar beatas, cigarros, vidros e folhas de árvore através de métodos de inteligência artificial, segundo a revista Marketeer.

Mais a norte do país, a Câmara Municipal de Matosinhos anunciou em 2018 a criação de um bairro inteligente e apontou algumas das tecnologias a testar no âmbito do projeto. Uma delas é um “robô aspirador de folhas”.

Controlo e gestão de edifícios

No bairro inteligente de Matosinhos, outra das tecnologias testadas, segundo informação da Câmara Municipal, foi “um sistema de inteligência artificial aplicada ao controlo e gestão de edifícios”.

De acordo com o CEiiA, que esteve envolvido no projeto, “trata-se de uma solução de inteligência artificial orientada para a eficiência energética em edifícios, com várias funcionalidades”.

Uma delas passou por “uma aplicação móvel para os utilizadores que recolhe informações sobre a sua sensação de conforto com o espaço, nomeadamente no que respeita a luminosidade, temperatura, conforto, posição no edifício, perfil de consumo, entre outros, e que irá permitir uma adaptação automática do espaço às preferências do habitante”.

O CEiiA estimou “obter poupanças energéticas até 40%” com a tecnologia.

Gestão automática de contabilidade

A inteligência artificial não é estranha à Câmara Municipal do Porto. No relatório de atividades de 2019, a autarquia dá conta de “um projeto de inteligência artificial” aplicado à área financeira, designado Robotics Process Automation.

O projeto consistiu “na robotização de processos de negócio através da utilização, em larga escala, de um software específico que possibilita simular a execução humana de tarefas repetitivas”.

“Com este suporte, iniciou-se no último trimestre [de 2019] a implementação de uma força de trabalho virtual para executar e controlar as operações que se relacionam com a reconciliação bancária de todas as contas que o município detém nos diversos bancos”.

Segundo o relatório, o projeto “permitiu uma recuperação de 70% dos movimentos em aberto, ou seja, dos 8.200 depósitos efetuados nas contas do município num mês, 5.700 foram regularizados sem intervenção humana”.

Recolha mais eficiente do lixo

A cidade de Cascais tem apostado em centros de controlo que permitem “gerir em tempo real as diferentes componentes” da vida urbana, desde a segurança, mobilidade, tráfego, limpeza urbana e ambiente.

A autarquia tem colhido frutos concretos da tecnologia já implementada. Uma nota informativa da Deloitte aponta para poupanças de 900 mil euros por ano com a solução de gestão mais eficiente das frotas de recolha do lixo.

A ambição do Cascais Command Center é vir a usar “modelos preditivos” para antecipar “potenciais problemas e respetivas soluções”, de acordo com a informação do portal SmartCities Network.

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