EIA alerta para volatilidade no preço do petróleo caso OPEP+ não aumente a produção

Agência Internacional de Energia alerta para a volatilidade nos preços do petróleo caso OPEP+ não aumente a produção.

Os mercados mundiais de petróleo deverão “apertar significativamente” nos próximos meses, isto é, a procura irá superar, em muito, a oferta, a menos que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP+) resolva o atual impasse e concorde em aumentar a produção do “ouro negro”, alerta a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

Os preços dos combustíveis estão em máximos, numa altura em que a Arábia Saudita, um dos fundadores da OPEP+, está em conflito com os Emirados Árabes Unidos por estes considerarem que o seu atual nível de produção de petróleo — cerca de 3,2 milhões de barris de petróleo por dia — é baixo, pedindo, assim, uma revisão do atual acordo. Arábia Saudita e Rússia rejeitam essa ideia.

Com este impasse, os preços dos combustíveis têm renovado máximos, e a IEA alerta que o mercado poderá apertar ainda mais, ou seja, a procura será cada vez maior para tão pouca oferta, caso a OPEP+ não concorde em aumentar a produção da matéria-prima.

“É provável que os mercados de petróleo continuem numa onda de variação dos preços até que a OPEP+ apresente uma política de produção mais clara”, diz a agência no seu relatório mensal, citada pela Bloomberg (conteúdo em inglês). “A volatilidade é um perigo. Este fenómeno prejudica tanto os produtores, como os consumidores”.

Este impasse dentro da OPEP+ ameaça provocar um “défice de abastecimento cada vez maior”, com o “potencial aumento dos preços dos combustíveis a fazer subir a inflação e a prejudicar uma frágil recuperação económica”, escreve a IEA.

No mesmo relatório, a agência nota que esta disputa entre a Arábia Saudita e os Emirados acontece num momento especialmente inoportuno, em que o stock de petróleo que se acumulou durante a pandemia já acabou, estando agora abaixo dos níveis médios. Ao mesmo tempo, a procura mundial pelo “ouro negro” deverá recuperar e atingir os 5,4 milhões de barris por dia.

“O crescimento económico mundial robusto, o aumento das taxas de vacinação e as medidas de redução do distanciamento social vão combinar-se para sustentar uma procura mundial de petróleo mais forte no resto do ano”, diz a IEA. O barril de Brent está a cotar acima dos 75 dólares por barril, o valor mais alto dos últimos dois anos.

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