Empresa de vestuário Dielmar pediu a insolvência

A empresa de vestuário tem mais de 300 trabalhadores, tem marca própria e produz também para outras marcas. Pedido de insolvência entrou no tribunal na sexta-feira.

A empresa de vestuário Dielmar, com fábrica em Alcains (Castelo Branco) e 11 lojas próprias, apresentou o pedido de insolvência. A decisão surge na sequência da pandemia e da quebra de faturação e põe em causa mais de 300 postos de trabalho, a maioria no interior do país. Até março, a empresa liderada por Ana Paula Rafael faturou pouco mais de 700 mil euros, quando no ano anterior tinha registado um volume de negócios da ordem dos cinco milhões de euros.

A unidade fabril entrou em período de férias no final de julho, mas a gestão entendeu que não teria condições para manter o pagamento de salários a partir de agosto, mesmo beneficiando de apoio do lay-off, como sucedeu nos últimos meses. A Dielmar pagou os salários aos trabalhadores e as responsabilidades fiscais e da Segurança Social, mas há dívidas à banca, cujos números não foram possíveis de apurar, que vão passar a malparado.

O pedido de insolvência da Dielmar entrou no tribunal na sexta-feira e deverá ser agora nomeado um gestor de insolvência para liderar processo. Fundada em 1965, a empresa de vestuário era a maior empregadora em Alcains, distrito de Castelo Branco. Liderada por Ana Paula Rafael, filha de um dos quatro fundadores, produzia roupa para homem e mais recentemente entrou no segmento feminino. Chegou a ser a marca de vestuário oficial da seleção portuguesa de futebol, mas a pandemia levou a uma quebra abrupta da produção e das vendas. Não só nas lojas próprias, mas também para exportação. A Dielmar trabalhava para cerca de 20 países, e a maior parte suspendeu as encomendas nos últimos meses com o confinamento nos respetivos países.

Nos últimos meses, a gestão da Dielmar alertou os poderes políticos, o central e o local, para o risco de insolvência da empresa na sequência do confinamento e tentou, em simultâneo, atrair investidores que entrassem no capital, mas tal processo revelou-se infrutífero. A ausência de vendas, associado aos custos parciais com os trabalhadores e com as lojas, nomeadamente os custos gerais nos centros comerciais, tornou a operação inviável.

O encerramento da Dielmar, que só uma solução de última hora poderá travar, vai ter um impacto regional relevante no emprego. Situado no interior do país, no distrito de Castelo Branco, a Dielmar era das maiores empregadores, juntamente com a fábrica de farinha Lusitana.

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