Comércio de bens entre países atinge máximo histórico

Os dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostra a rapidez da retoma das trocas comerciais de bens a nível mundial. O barómetro da OMC atingiu um máximo histórico.

O barómetro do comércio de bens medido pela Organização Mundial do Comércio (OMC) atingiu em julho um máximo histórico, fruto da recuperação económica das principais economias do mundo. Ao chegar aos 110,4 pontos, o indicador fica mais de 20 pontos acima do período homólogo e alcança o valor mais elevado desde pelo menos 2011, ano em que arranca a série.

Este barómetro da OMC é um indicador avançado que dá informação em tempo real sobre a trajetória do comércio internacional de bens, em comparação com o passado recente, de forma mais rápida do que as estatísticas convencionais das trocas comerciais. Em Portugal, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga todos os meses a evolução das exportações e das importações de bens.

O aumento do barómetro nestes últimos meses “reflete tanto a força da atual expansão do comércio [internacional] como a intensidade do choque induzido pela pandemia em 2020”, explica a Organização, referindo que todas as componentes do barómetro estão acima da tendência, o que sinaliza que a recuperação é generalizada.

Em particular, os índices do barómetro para o frete aéreo (114 pontos), o transporte em contentores (110,8 pontos) e para as matérias-primas (104,7 pontos) continuaram a aumentar. Porém, já é notória alguma desaceleração do ritmo de crescimento das trocas comerciais, o que pode indicar que já se atingiu o pico deste retoma. Prova disso é que o índice de encomendas para exportações desacelerou para os 109,3 pontos.

Comércio mundial de bens está acima da tendência

Fonte: Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

No caso dos produtos automóveis (índice está nos 106,6 pontos), este também aumentou apesar da produção e das vendas de carros terem caído em alguns países em julho por causa da escassez de semicondutores. A falta destes materiais também se reflete na travagem do índice dos componentes eletrónicos (112,4 pontos), acrescenta a OMC.

A recuperação do frete aéreo reflete a gradual normalização do transporte aéreo à medida que as restrições da pandemia vão baixando em vários países, principalmente os mais desenvolvidos. Porém, a OMC alerta que “o índice poderá reverter-se se a propagação de variantes da Covid-19 voltar a forçar a imposição de restrições outra vez de forma inesperada”.

A OMC destaca que estes números indiciam que o crescimento do comércio de bens será ainda maior no segundo trimestre de 2021, face ao primeiro trimestre, no qual já tinha crescido 5,7% em termos homólogos. Essa subida foi a maior desde o terceiro trimestre de 2011 em que se registou um crescimento de 5,8%.

Porém, “as perspetivas para o comércio mundial continuam a ser ofuscados por riscos descendentes, incluindo as disparidades regionais, a fraqueza do comércio de serviços e os atrasos nos calendários de vacinação, particularmente nos países pobres“, nota a OMC, assumindo que a Covid-19 continua a ser uma “grande ameaça” ao outlook das trocas comerciais mundiais.

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