Escassez de materiais dita subida de 6,6% dos custos de construção

No último ano, a escassez de materiais a nível internacional tem levado a um aumento dos preços e, por arrasto, dos custos de construção em Portugal, mais do que a mão-de-obra.

Os custos de construção em Portugal estavam em julho deste ano 6,6% acima dos valores praticados em junho de 2020. Neste último ano, a subida verificou-se mais do lado dos materiais, sendo conhecida alguma escassez internacional em certos produtos após a disrupção da pandemia, do que do lado da mão-de-obra. Os dados corroboram o aumento do custo das obras relatado pelo setor.

“Em julho, estima-se que os custos de construção de habitação nova tenham aumentado 6,6% em termos homólogos, tal como no mês anterior”, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira, especificando que “o preço dos materiais e o custo da mão-de-obra apresentaram, respetivamente, variações de 8,6% e de 3,9% face ao período homólogo“.

Em concreto, o custo dos salários dos trabalhadores contribuiu com 1,7 pontos percentuais para a formação da taxa de variação homóloga do índice dos custos de construção e a componente dos materiais contribuiu com 4,9 pontos percentuais.

Na ótica em cadeia, ou seja, comparando julho de 2021 com junho de 2021, o crescimento dos custos foi de 1,6% e também neste ângulo os materiais deram um maior contributo do que a mão-de-obra.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE).

A média dos últimos 12 meses, que é menos sensível a alterações esporádicas, deste índice aponta para um crescimento dos custos de construção de 3,7%, o valor mais elevado desde 2009, antes da crise das dívidas soberanas.

Quando se olha para um período mais longo, as conclusões são diferentes. Os custos de construção estão 18,27% acima dos preços praticados em 2015. Neste caso, ao contrário do que acontece entre 2020 e 2021, a subida verifica-se mais na mão-de-obra do que nos materiais.

O fenómeno de aumento do preço dos materiais é mais recente, influenciado pela disrupção da pandemia, enquanto a subida dos custos do trabalho, nem que seja pela via do salário mínimo, acontece há vários anos. Recentemente, o setor chegou a acordo para uma nova tabela salarial que vai dos 665 euros (valor atual do salário mínimo) aos 1.020 euros, a qual começou a produzir efeitos a 1 de setembro.

O Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) do INE é uma estatística derivada que tem como objetivo medir o custo de construção de edifícios residenciais em Portugal.

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