Metal português faz contas a recorde de exportações na ressaca da pandemia

As vendas da metalurgia e metalomecânica no exterior já superam o registo de 2019, levando os industriais a antecipar novo máximo histórico no final deste ano. Julho foi o oitavo melhor mês de sempre.

O valor das exportações portuguesas de metalurgia e metalomecânica já estão ligeiramente acima (0,1%) do que tinha sido nos primeiros sete meses de 2019, que ficou para a história como o melhor ano de sempre para esta indústria, atingindo um máximo de quase 20 mil milhões de euros.

Tendo já nas mãos os dados oficiais até julho referentes ao comércio internacional, o porta-voz da associação do setor (AIMMAP), Rafael Campos Pereira, arrisca já a “crença” de que, “a manter-se a tendência de crescimento, o ano de 2021 vai ser um ano de recorde para o setor”.

Superado o pior impacto da pandemia para o setor mais exportador da economia portuguesa — em 2020, mesmo após uma quebra homóloga de quase 13%, vendeu mais de 17 mil milhões de euros no estrangeiro –, as empresas prosseguem uma “recuperação surpreendentemente acentuada”, como reconhece os próprios industriais.

"Estes resultados, mês após mês, acabam por ser surpreendentes tendo em conta que vivemos uma crise pandémica e uma grave crise no que diz respeito à escassez de matérias-primas, e ao aumento exponencial do custo das matérias-primas e do transporte.”

Rafael Campos Pereira

Vice-presidente executivo da AIMMAP

Os 1.739 milhões de euros exportados em julho, o último mês para o qual o Instituto Nacional de Estatística (INE) já tem os dados disponíveis, foram o oitavo melhor registo mensal de sempre para o setor, ficando 9,5% acima do montante verificado no mesmo mês do ano passado.

“Estes resultados, mês após mês, acabam por ser surpreendentes tendo em conta que vivemos uma crise pandémica e que vivemos uma grave crise no que diz respeito à escassez de matérias-primas, e ao aumento exponencial do custo das matérias-primas e do transporte”, frisa Rafael Campos Pereiro, citado numa nota de imprensa em que destaca ainda o “aumento galopante nos preços da energia”.

O vice-presidente executivo da AIMMAP sublinha ao Eco que há empresas que “já estão a sentir uma pressão brutal e estão muito preocupadas com esse aumento brutal dos custos da energia” que, somado às outras despesas que estão a disparar, torna “impossível repercuti-los [a todos] no preço final” dos artigos.

Na frente internacional, a recuperação das vendas tem contado com o contributo decisivo dos chamados mercados tradicionais e que valem três em cada quatro euros faturados por esta indústria no exterior. É o caso de Espanha, França, Itália, Reino Unido e Alemanha – embora estes dois últimos estejam ainda aquém dos valores pré-pandemia.

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