Boeira investe 2,5 milhões de euros numa casa centenária em Gaia

O grupo Boeira comprou uma casa centenária que vai ser transformada num clube com espaço para eventos e sete suítes de luxo. Adquiriu também este ano uma quinta no Douro, em Alijó.

O grupo Quinta da Boeira adquiriu uma casa localizada em Vila Nova de Gaia, projetada no século XIX pelo famoso arquiteto Teixeira Lopes, que pertenceu à família C. da Silva, nome ligado também à exportação de Vinhos do Porto. Chama-se “Boeira Port Club”, vai contar com um espaço para eventos com capacidade para 30 pessoas, sala de jogos, sete suítes de luxo e um jardim com 3.500 metros quadrados. Um investimento que rondará os 2,5 milhões de euros, revela ao ECO o sócio-gerente da Quinta da Boeira, Albino Jorge.

“A casa que está anexa à Quinta da Boeira em Gaia estava à venda e o grupo Quinta da Boeira adquiriu a propriedade. O nosso objetivo é manter a traça original, tendo em conta que é uma casa que está classificada de interesse municipal. Tem a particularidade de ter mobília desenhado pelo arquiteto Teixeira Lopes”, conta Albino Jorge.

Os membros do clube Boeira — pessoas que gostam de conhecer a história, o processo de criação e toda a envolvência do Mundo dos Vinhos –, podem usar a quinta para casamentos, batizados, reuniões familiares, entre outros. O espaço pode ser também alugado por outras pessoas para pequenos eventos, tanto de cariz empresarial como de familiar. O espaço de eventos e o jardim vai ficar concluído já no próximo mês.

A construção das suítes no piso superior deverá estar concluída em 2023 e será destinada aos sócios do clube Boeira, clientes e jornalistas internacionais.

Boeira compra quinta no Douro

A Boeira Port Club faz parte de um plano de investimento de 40 milhões de euros que o grupo tem vindo a fazer desde que adquiriu a Quinta da Boeira em Vila Nova de Gaia, em 1999. Além deste investimento, o grupo Boeira adquiriu este ano uma quinta no Douro, em Alijó, com 40 hectares e uma capacidade de produção de um milhão de litros. Um investimento de 1,5 milhões de euros.

“Nós tínhamos a quinta da Boeira em Vila Nova de Gaia. Com esta aquisição, temos também a Quinta da Boeira no Douro. É toda mecanizada, não tem patamares e tem a maior quantidade da casta touriga. Esta última vindima já foi produzida na quinta do Douro”, explica Albino Jorge.

90% da produção dos vinhos da Boeira são para exportação, sendo que Dinamarca, Luxemburgo e Polónia são os principais mercados. No entanto, o leque de clientes também conta com chineses, americanos, canadienses, ingleses, alemães e franceses. Brevemente, os vinhos da Quinta da Boeira vão igualmente chegar à Nova Zelândia.

Por ano, são vendidas cerca de meio milhão de garrafas. Para o sócio-gerente da Quinta da Boeira, os vinhos da Boeira “não se distinguem pela quantidade, mas sim pela qualidade”.

O grupo conta com a Quinta da Boeira localizada em Vila Nova de Gaia, recuperou um palacete que se encontrava em avançado estado de deterioração e transformou-o em escritórios e num restaurante de luxo com capacidade para cerca de 80 pessoas.

Construiu também a maior garrafa do mundo, com 32 metros de comprimento por 10 de diâmetro e abriu um hotel de cinco estrelas, com 119 quartos e cinco suítes, o Boeira Garden Hotel Porto Gaia, Curio Collection by Hilton, explorado pela cadeia Hilton.

“A imagem que estamos a criar ligada ao vinho do Porto permite-nos os investimentos e ir criando, lentamente, uma imagem de marca seletiva”, conclui o sócio-gerente da Quinta da Boeira, Albino Jorge.

Boeira propõe nova categoria de Vinho do Porto

A Quinta da Boeira acaba também de enviar ao Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) uma proposta para criar uma nova categoria de Vinho do Porto, com a designação de Full Body – Young Harvest.

Se fosse aprovada, esta nova categoria seria atribuída aos vinhos Vintage e Late Bottled Vintage (LBV) acabados de colher na vindima e que, por regra, terão de aguardar dois a quatro anos para serem comercializados. A proposta apresentada ao IVDP aponta a vindima de 2022 para início da comercialização desta nova categoria.

De acordo com a Quinta da Boeira, abrir esta nova categoria no Vinho do Porto permitiria vender em dezembro do ano de vindima, entre 2% a 3% da produção do Douro. Contas feitas, poderiam ser vendidas entre dois a três milhões de garrafas, o que representaria um encaixe financeiro de mais de 30 milhões de euros para a Região Demarcada do Douro.

“Temos vindo a verificar que uma grande maioria dos clientes, agentes e jornalistas que nos visitam no período de vindima, ao provarem os vinhos do Porto selecionados para a qualidade Vintage e LBV, propõem a compra imediata. Isto fez-nos perceber que podemos ter uma boa opção de encaixe financeiro imediato para o setor”, adianta Albino Jorge, administrador da Quinta da Boeira, Arte e Cultura.

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