“Não somos perfeitos e sabemos que temos coisas a melhorar”, diz CPO do Facebook

Depois de Nick Clegg, foi a vez do CPO, Chris Cox, sair em defesa do Facebook, afirmando que, embora haja aspetos a melhorar, a segurança dos utilizadores "é levada muito a sério".

Um dia depois de o lobista-chefe do Facebook ter defendido a empresa no palco da Web Summit, foi a vez de Chris Cox refutar as acusações feitas por Frances Haugen, a ex-trabalhadora que expôs centenas de milhares de documentos internos e acusou a empresa de dar prioridade aos lucros em detrimento da segurança dos utilizadores. “Não somos perfeitos. Mas estas questões são levadas muito a sério”, disse o CPO da rede social.

“Tem sido um período difícil” para o Facebook, começou por dizer o CPO, referindo-se à polémica levantada no início de outubro por Frances Haugen, na sua intervenção que, à semelhança do que tinha sucedido com Nick Clegg, foi transmitida em videoconferência.

Chris Cox reconhece que a empresa tem aspetos a melhorar, mas deixou no ar a ideia de que refutava as acusações da ex-colega. “A empresa tem investido na proteção dos utilizadores. Não somos perfeitos, sabemos que temos coisas a melhorar. Mas estas questões [de segurança dos utilizadores] são levadas muito a sério”, disse o responsável de produto e também chefe de equipa de Mark Zuckerberg.

Chris Cox, CPO do Facebook, participa por videoconferência na Web Summit.Web Summit/Flickr

Apesar disso, Chris Cox diz que é positivo falar destes problemas. “É bom termos esta conversa. Estas são questões que têm de ser respondidas”, disse, falando por videoconferência na Web Summit. “É bom termos esta conversa em público. Lidar com isto [estas acusações] não vai ser fácil. Por isso é que é ainda mais importante ter estas conversas agora”, acrescentou.

O CPO do Facebook (agora sob o nome de Meta) foi ainda mais longe e afirmou que a empresa “quer trabalhadores que se importam com o impacto social” que a rede social tem. “Queremos que a internet seja o mais benéfica possível” disse. “A mensagem mais importante para os trabalhadores é que o trabalho deles é importante”, apontou.

A 4 de outubro, Frances Haugen divulgou milhares de documentos internos da empresa de Mark Zuckerberg, que comprovam que a rede social falhou na proteção dos utilizadores, colocando o lucro como prioridade. De acordo com esses documentos, o Facebook tinha conhecimento do impacto negativo nos utilizadores de serviços como o Instagram, mas não fez nada para o dar a conhecer.

Esta semana, a ex-trabalhadora esteve presente no dia zero da Web Summit, onde acabou por pedir a demissão de Mark Zuckerberg. Frances Haugen acabou por afirmar que a empresa “seria mais forte” sem Mark Zuckerberg aos comandos e que este deveria ser substituído “por uma pessoa focada em segurança”. Depois desta polémica, a empresa anunciou que passaria a chamar-se Meta.

Ontem, também durante a Web Summit, Nick Clegg, o principal lobista do Facebook — oficialmente vice-presidente para os Assuntos Globais — defendeu a empresa destas acusações, afirmando que “existem sempre dois lados da mesma história”.

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