Especialistas alertam para quinta vaga da Covid em Portugal

Especialistas defendem ainda que o reforço que está a ser administrado aos maiores de 80 anos deve ser acelerado, caso contrário, pode refletir-se num aumento da pressão hospitalar.

Manuel Carmo Gomes e Carlos Antunes alertaram esta terça-feira que Portugal pode estar já a enfrentar a quinta vaga da pandemia. Num ensaio publicado no site da Faculdade de Ciências de Lisboa, os especialistas defendem ainda que o reforço que está a ser administrado aos maiores de 80 anos deve ser acelerado “nas próximas semanas”, caso contrário, pode refletir-se num aumento da pressão hospitalar.

“É previsível que neste outono e inverno em que agora entramos, continuemos a ter uma incidência diária de várias centenas de casos e um pequeno número de óbitos”, sublinham Manuel Carmo Gomes, epidemiologista, e Carlos Antunes, engenheiro, num ensaio publicado no site da Faculdade de Ciências de Lisboa.

Perante este cenário, os especialistas apontam que é “provável” que Portugal esteja já “a assistir ao início da quinta vaga” da pandemia e estimam que, a manter-se esta trajetória ascendente, o país possa “chegar aos 2.000 casos diários na primeira metade de dezembro”.

Com 86% da população portuguesa com a vacinação completa, Manuel Carmo Gomes e Carlos Antunes descartam que este aumento de casos venha a traduzir-se numa “pressão sobre o sistema hospitalar equiparável ao período pré-vacinação”. Contudo, alertam que “reforço vacinal não dá garantia de proteção indefinida contra infeção” e que mesmo com a vacina, a proteção contra o vírus vai decaindo, pelo que o reforço da vacina para os mais idosos deve ser administrado o quanto antes.

O reforço vacinal dos mais idosos nas próximas semanas, se suficientemente rápido, deverá compensar o decaimento da proteção que tinham obtido por vacinação no início do ano, permitindo que atravessem o inverno com baixa probabilidade de contrair doença grave”, sinalizam.

Especialistas abrem a porta a reforço da vacina para os mais jovens

Neste contexto, os especialistas notam ainda que desde o início de outubro “a maioria dos novos casos de infeção ocorreu já em pessoas completamente vacinadas”, ainda que as vacinas se mantenham “altamente protetoras contra doença grave”.

Os especialistas lembram ainda que, nas últimas semanas, “as idades onde o risco de infeção tem sido mais elevado se situam entre os 18 e os 25 anos, seguidos das crianças com menos de dez anos e dos jovens adultos entre 25 e 40 anos de idade”, pelo que admitem que “se necessário” devem ser administrados reforços vacinais aos “grupos identificados como tendo maior risco de infeção e de transmissão do vírus, e não apenas aos de maior risco para doença grave”, lê-se.

Por fim, apontam ainda que para travar “significativamente a propagação do SARS-CoV-2” não basta ter uma cobertura vacinal elevada, mas é preciso combinar esta cobertura vacinal com a “manutenção de medidas não farmacológicas”, nomeadamente o uso de máscara e o arejamento de espaços fechados. “O incumprimento de pelo menos um destes requisitos é uma explicação provável para o ressurgimento da infeção a que assistimos presentemente na Europa, mesmo em países com 60% a 75% da população vacinada, como é o caso do Reino Unido, Bélgica, Holanda, Alemanha, Grécia e Irlanda”, concluem.

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