Salário médio dos trabalhadores portugueses sobe 2,6%, para 1.300 euros

No terceiro trimestre, a remuneração bruta mensal média subiu para 1.300 euros, indica o INE. Em causa está um salto homólogo de 2,6%.

Entre julho e setembro, a remuneração bruta mensal média por trabalhador português aumentou 2,6%, em comparação com o período homólogo, tendo atingido os 1.300 euros. Tal variação representa, ainda assim, uma desaceleração de 2,6 pontos percentuais face ao trimestre anterior, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

No trimestre terminado em setembro, a remuneração bruta regular média por trabalhador — que exclui subsídios de férias e natal, sendo, por isso, menos sazonal — subiu 2,1% para 1.104 euros. Já a remuneração bruta base média cresceu 2,2% para 1.039 euros. O INE detalha que, descontando a inflação, as variações foram de 0,6% e 0,7%, respetivamente.

“Em setembro de 2021, a remuneração total variou entre 865 euros nas atividades de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca e 2.748 euros nas atividades de eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio“, indica o gabinete de estatísticas. E acrescenta que os aumentos remuneratórios mais expressivos foram observados nas atividades das indústria extrativas (com um salto de 5,6%), nas empresas de um a quatro trabalhadores (também 5,6%) e no setor privado (3,4%).

Por outro lado, as menores variações da remuneração média foram observadas na Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória (-0,3%), nas empresas de 500 ou mais trabalhadores (com um acréscimo de 0,4%) e nos serviços poucos intensivos em conhecimento (com uma subida de 1,1%).

Em maior detalhe, no terceiro trimestre do ano, a remuneração total variou, no que diz respeito à dimensão dos empregadores, entre 999 euros nas empresas com um a quatro trabalhadores e 1.562 euros nas empresas com 250 a 499 trabalhadores.

O INE indica, além disso, que os salários do setor público cresceram menos do que os do privado (0,4% contra 3,4%), continuando, contudo, os primeiros acima dos segundos (1.676 euros contra 1.221 euros). “As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o setor das Administrações Públicas e o setor privado refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado e nas qualificações dos trabalhadores que os integram. Com efeito, verifica-se que os trabalhadores do setor das Administrações Públicas têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados“, explica o gabinete.

O instituto de estatística sublinha, por outro lado, que a dinâmica das remunerações médias tem sido influenciada, de modo significativo, pela pandemia de coronavírus e pela adesão considerável dos empregadores aos mecanismos de apoio ao emprego, como o lay-off simplificado. Ainda assim, o INE destaca que o número de empresas em lay-off “diminuiu substancialmente e tornou-se residual“, correspondendo agora a 0,1% das empresas e a 0,6% dos trabalhadores. De notar que o acesso a esse apoio está atualmente vedado à maioria das empresas, isto é, só aquelas que estejam encerradas por determinação legal ou administrativa (confinadas) podem solicitá-lo à Segurança Social.

Estes dados conhecidos esta quinta-feira dizem respeito a 4,2 milhões de postos de trabalho, correspondentes aos beneficiários da Segurança Social e subscritores da Caixa Geral de Aposentações.

A valorização dos salários foi assumida, no arranque da legislatura, como uma das grandes bandeiras do Governo de António Costa, que começou, assim, a discutir um acordo nesse sentido em sede de Concertação Social. A pandemia colocou, contudo, em suspenso esse processo. Ainda assim, o Executivo decidiu continuar a puxar pelo salário mínimo nacional, tendo atualizado esse valor para 665 euros em 2021 e prevendo agora uma subida para 705 euros em 2022. Esse último aumento será negociado na próxima terça-feira, dia 16 de novembro, com os patrões e os sindicatos. O Código do Trabalho esclarece que cabe ao Governo a “última palavra”, podendo avançar com o acréscimo pretendido mesmo na ausência de um acordo com os parceiros sociais.

(Notícia atualizada às 12h00)

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