Fintech mais valiosa da Europa chega a Portugal para pagar compras em três prestações
Através da aplicação do banco sueco, os portugueses podem fazer compras online e pagar em três prestações sem juros e taxas de adesão. Só por dia, a Klarna transaciona mais de dois milhões de compras.
A Klarna, que é a fintech mais valiosa da Europa avaliada em 45,6 mil milhões de dólares, acaba de entrar em Portugal e quer revolucionar o pagamento das compras online. Através da aplicação do banco sueco, os utilizadores portugueses podem fazer compras online e pagar em três prestações, sem juros ou taxas. De 35 aos mil euros, os portugueses podem comprar artigos de moda, eletrónica, viagens, desporto, acessórios, jóias, jogos, reservas de hotéis, bilhetes para espetáculos culturais, entre muitos outros.
O head of business development da Klarna em Portugal, Alexandre Fernandes Ribeiro, conta ao ECO que vão lançar em Portugal o produto da Klarna “com mais sucesso – o pague em três”. “Os consumidores portugueses podem comprar online através da aplicação e dividir a compra em três pagamentos iguais, sem juros e sem qualquer taxa de utilização da Klarna”, adianta.
O banco sueco conta com mais de 90 milhões de consumidores, sendo que 18 milhões de pessoas utilizam a aplicação Klarna mensalmente em todo o mundo. A fintech trabalha com mais de 250 mil marcas, incluindo H&M, IKEA, Samsung, Nike, AliExpress, Amazon, Ryanair, EasiJet, Fnac, Media Market, Worten, El Corte Inglês, entre muitas outras. Só por dia transaciona mais de dois milhões de compras.
Os portugueses podem utilizar a app da Klarna para fazer compras em qualquer loja online, independentemente de serem parceiros da Klarna. “Temos uma função na app que se chama shopanywhere. O cliente pode comprar em qualquer marca e fazer a compra através da aplicação”, sublinha Alexandre Fernandes Ribeiro.
“As pessoas merecem uma maneira muito melhor de comprar, pagar e fazer operações bancárias. É uma forma de as pessoas terem mais controlo, mais opções e mais flexibilidade. O nosso objetivo é dar os consumidores portugueses uma forma mais sustentável e mais responsável de fazer compras e pagamentos. De uma maneira fácil, intuitiva e clara”, explica Alexandre Fernandes Ribeiro.
Os consumidores podem pagar com a Klarna Portugal artigos entre os 35 e os 1.000 euros, mas o valor pode ser ligeiramente superior dependendo se o retalhista vende bens de maior valor, como por exemplo móveis ou computadores.
“A Klarna é para qualquer pessoa que queira maior flexibilidade no momento de gerir as suas finanças. O consumo médio, por compra, com a Klarna no sul da Europa é de 65 euros”, realça o head of business development da Klarna em Portugal.
Como funciona o pagamento?
Através da app Klarna, o consumidor escolhe o que quer comprar e no momento de pagar seleciona o botão rosa “pagar com a Klarna”. A Klarna vai perguntar qual o valor da compra – e vai ler o mesmo diretamente do website onde o consumidor está a comprar. O utilizador confirma o valor e a Klarna vai gerar um cartão de crédito de um só uso e pagar o valor na totalidade à marca.
Alexandre Fernandes Ribeiro conta que dentro de aplicação, o consumidor pode gerir o plano de pagamento. “O consumidor pode pagar antes do tempo ou pode adiar o pagamento da prestação por dez dias, sem qualquer taxa“.
Os portugueses podem ainda comprar com a Klarna através dos websites dos parceiros que trabalham diretamente com o banco sueco. O consumidor adiciona o produto ao carrinho e no momento de pagar só tem que carregar no botão “pagar com a Klarna”.
O gestor conta que o banco sueco vai atuar em duas vertentes em Portugal: trazer para Portugal os players globais que já trabalham com a Klarna no estrangeiro, como a Adidas, H&M, Michael Kors, entre outros. E estabelecer parcerias com marcas portuguesas que já trabalham com a Klarna em outros mercados como a Salsa, Parfois, etc. “Estamos também a discutir com outras grandes marcas de consumo para integrar a Klarna”, afirma.
Como é que consumidor sabe se é elegível ou não? O head of business development da Klarna em Portugal conta que a Klarna, através de um algoritmo, consegue perceber em micro segundos, se pode ou não emprestar o dinheiro a determinada pessoa. “Temos muita informação a nível de consumo, de comportamentos do consumidor e através do algoritmo conseguimos identificar se um cliente é elegível ou não para trabalhar com a Klarna”, pormenoriza.
Klarna tem planos ambiciosos para Portugal
Alexandre Fernandes Ribeiro conta que a empresa tem planos ambiciosos para Portugal. Para a fintech mais valiosa da Europa, “Portugal é um mercado chave na Europa”.
“A ideia é começar com um escritório em Lisboa, mas podemos abrir um segundo escritório em outra cidade. Vamos começar com uma equipa pequena de cerca de dez pessoas. No entanto, o objetivo é alargar a equipa nos próximos meses, quer através de contratações locais, quer através de transferências internas”.
O head of business development da Klarna em Portugal realça que a empresa quer apostar em Portugal e no talento português. “A Klarna tem o tamanho e a tecnologia suficiente para criar um campus tecnológico em Portugal. Os planos são muito ambiciosos para Portugal”, levanta a ponta do véu.
Portugal é um país com penetração de cartão de crédito muito baixa (30%, enquanto na Alemanha, por exemplo, a taxa de penetração de cartão de crédito é de 51%). “Isso é um bom dado porque sabemos que os portugueses não gostam de cartões de crédito. Em Portugal, a utilização de cartões de débito está a subir com emissões de 5,6%, enquanto os cartões de crédito estão a baixar com uma tendência inversa de 1,6%, de acordo com um estudo de sistemas e meio de pagamento de 2019 do Banco de Portugal.
“Estes dados mostram-nos que o português está à procura de formas diferentes de comprar. Quer ter acesso a soluções mais inovadoras, mais fáceis, mais digitais. E para isso que chegamos aos portugueses”, realça o head of business development da Klarna em Portugal,
Para o lançamento da Klarna ser possível, trabalharam no projeto cerca de 350 pessoas. Alexandre Fernandes Ribeiro conta que muitos desses colaboradores são portugueses e estão a trabalhar nos escritórios de Estocolmo e Berlim. “Faz parte da nossa vontade trazer os portugueses que estão a trabalhar na Klarna de volta ao seu país”.
Alexandre Fernandes Ribeiro começou a trabalhar em Portugal, em métodos de pagamento na TAP e na Amadeus. Nos últimos anos, passou pela Iberia. Vive em Madrid há seis anos e assume-se como apaixonado por e-commerce, métodos de pagamento e tendências de consumo. Nas experiências anteriores desenvolvia projetos de integração de métodos de pagamento para companhias áreas e agências de viagens.
Quando percebeu que a Klarna tinha planos de expansão para Portugal, decidiu que era o “momento perfeito para juntar-se à empresa a ajudá-la a fazer crescer”. Está na equipa da Klarna há dois meses e em breve vai mudar-se para Portugal para trabalhar diretamente com os parceiros no país. “Estou super feliz por regressar a Portugal”, conclui.
A Klarna foi fundada em Estocolmo, Suécia, em 2005, com o objetivo de tornar mais fácil para as pessoas fazerem compras online. Passados 16 anos é líder global de prestação de pagamentos, serviços bancários e compras.
O banco sueco está presente em 18 mercados, conta com uma equipa com mais de quatro mil funcionários de 100 nacionalidades, e tem como clientes algumas das marcas líderes mundiais, como a H&M, ASOS, IKEA, Adidas, Samsung e Lufthansa.
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