Marcelo quer um Governo que garanta “previsibilidade”, num ano de “virar de página”
Em mês de legislativas, o Presidente da República pediu que delas saia um Governo que garanta estabilidade e dê confiança. 2022 tem de ser "um virar de página", disse na mensagem de Ano Novo.
“O ano que hoje iniciamos tem de virar a página”, exortou o Presidente da República na tradicional mensagem de Ano Novo, depois da esperança de isso acontecer em 2021 não se ter concretizado. Marcelo quer um Governo que garanta “previsibiliade para as pressoas e projetos de vida” e um uso “eficiente e eficaz” dos fundos europeus, sem corrupção.
As eleições legislativas de 30 de janeiro foram um dos temas abordados pelo Presidente, mas a referência foi breve. O Chefe de Estado pediu “um Governo que possa refazer esperanças perdidas ou enfraquecidas. E garantir previsibiliade para as pressoas e projetos de vida”
Falou também de “uma Assembleia da República e um Governo com legitimidade renovada. Uma Assembleia da República que dê voz ao pluralismo de opiniões e soluções”.
Essa será uma das decisões mais importantes de um ano que Marcelo pretende que marque uma fronteira com os dois anteriores. “Portugueses, compatriotas, costuma dizer-se que ano novo, vida nova. Este 2022, tem mesmo de ser ano novo, vida nova“.
Ideia que seria reforçada no fim do discurso: “O ano que findou prometia ser um fim e uma recomeço, mas não foi. Esboçou esse recomeço tarde e timidamente. O ano que hoje iniciamos tem de virar a página“, afirmou o Presidente da República. E elencou algumas prioridades.
“E o nosso Portugal? O que devemos querer e fazer por ele em 2022? (…) Podemos fazer muito e muito mais. Consolidar, decidir, reaproximar, virar a página”, disse Marcelo a partir do Palácio de Belém. E elencou algumas prioridades.
Presidente espera que Inverno ajude a fechar pandemia
O Presidente quer “consolidar o percurso para a superação da pandemia”. “Estamos bem encaminhados, mas falta o fim dos fins. Janeiro a março será um tempo crucial para que o Inverno ajude a fechar um capítulo da nossa história e converta preocupações e aflições em esperanças e confianças”.
Reinventar usando fundos que são irrepetíveis, com transparência, rigor, competência e eficácia, combatendo as corrupções e os favorecimentos ilícitos.
Deixou também palavras sobre a boa aplicação dos dinheiros europeus. “Reinventar usando fundos que são irrepetíveis, com transparência, rigor, competência e eficácia, combatendo as corrupções e os favorecimentos ilícitos”.
Marcelo Rebelo de Sousa pediu também solidariedade para “cuidar dos mais sacrificadas pela pandemia, pelo desemprego, pela insolvência, pela paragem da vida. Os mais pobres, os mais idosos, os mais doentes, os portadores de deficiência. Os desamparados na escola, na busca de profissão ou de casa, na integração numa sociedade diversa, feita de emigrantes que partem e regressam e de imigrantes que chegam e partem.
Elas e eles [crianças], todos aqueles que vivem num passeio sem sol da rua da nossa vida comum, vão demorar muito mais tempo a apreender a reviver após o que sofreram.
As crianças mereceram uma referência particular, olhando para aquelas cujo futuro tem ficado esquecido, pela prioridade dada aos chamados grupos de risco. “Elas e eles, todos aqueles que vivem num passeio sem sol da rua da nossa vida comum, vão demorar muito mais tempo a apreender a reviver após o que sofreram”.
Uma Europa com mais convergências e menos esperas
Num discuso menos de balanço do ano e mais a apontar para o futuro houve palavras para sublinhar a eleição de António Guteres “por aclamação” para um segundo mandato como secretário-geral das Nações Unidas e para a presidência portuguesa da União Europeia, pela aprovação do certificado digital, dos fundos para os próximos anos e da lei do clima.
Para a Europa pediu “mais convergências, menos esperas, mais reconstrução, menos desigualdades, mais aposta na juventude, menos solidão para aqueles já não jovens, sobretudo nos países em envelhecimento”.
“Retomemos a caminhada juntos. Eu estou presente, mais do que nunca. Conto convosco mais do que nunca. Bom 2022, para o nosso Portugal, para cada uma e cada um de todos vós, que bem o mereceis”, disse a terminar o discurso.
Em 2021, Marcelo Rebelo de Sousa não fez o habitual discurso de Ano Novo. “O Presidente da República decidiu não dirigir a tradicional mensagem de Ano Novo aos portugueses, pois participa, na qualidade de candidato às eleições presidenciais, em debates com outros candidatos nos dias imediatos”, justificou na altura.
A Mensagem de Ano Novo do Presidente da República foi estreada por Américo Thomaz nos primeiros anos da televisão pública. A primeira emissão foi em 1959. Desde o 25 de Abril, apenas por duas vezes não tinha sido emitida: a 1 de janeiro de 1991, por Mário Soares e a 1 de janeiro de 2001, por Jorge Sampaio, por se estar em período de campanha eleitoral.
Na mensagem proferida a 1 de janeiro de 2020, Marcelo Rebelo de Sousa pedia que o país se concentrasse “na saúde, na segurança, na coesão e inclusão, no conhecimento e no investimento”. E pedia um “Governo forte, concretizador e dialogante”, assim como uma oposição “forte e alternativa ao Governo”, e apelava à “capacidade de entendimento entre partidos quando o interesse nacional o assim exija”.
(Notícia atualizada às 21h15)
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