Líder do CDS defende voto desdobrado em dois dias

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2022

O presidente do CDS é da opinião que o ato eleitoral das legislativas deveria ser desdobrado pelos dias 29 e 30 de janeiro. Francisco Rodrigues dos Santos considera que "solução daria mais segurança".

O presidente do CDS-PP defendeu esta quinta-feira que o ato eleitoral das legislativas deveria ser desdobrado pelos dias 29 e 30 de janeiro, manifestando-se disponível para a convocação de um plenário da Assembleia da República que possa alterar a lei.

Em entrevista à Agência Lusa, que será divulgada na íntegra no sábado, Francisco Rodrigues dos Santos lamentou que o Governo e o Ministério da Administração Interna não tenham antecipado há mais tempo a possibilidade de existirem centenas de milhares de eleitores em confinamento na data das eleições, 30 de janeiro.

“O Governo continua a falhar na antecipação e na preparação. Creio que seria de estudar a hipótese – e essa é a proposta que eu faço – para que o ato eleitoral pudesse ser desdobrado em dois dias, 29 e 30. O dia de reflexão não tem grande utilidade na vida das pessoas, os eleitores já chegam a esse dia com opinião formada, não acrescenta nada”, afirmou.

Para o líder do CDS-PP, esta solução daria mais segurança e “maior controlo e previsibilidade sobre a adesão e a mobilização dos eleitores”, estando aberto a que se pudesse separar os confinados num dia e os não infetados no outro, ou até mesmo para um “sistema misto” em que ambos votariam nos dois dias, com mecanismos de segurança.

“Os infetados não podem ser coartados do seu direito de voto, é uma prerrogativa inscrita na Constituição”, defendeu, considerando que cabe depois ao Estado encontrar mecanismos para que as pessoas possam exercer o seu direito de voto em segurança, quer para os confinados, quer para os restantes.

Alem do voto antecipado, já previsto na lei, o líder do CDS-PP sugere que possa haver uma articulação com o poder autárquico para que os infetados possam exercer o voto “de forma descentralizada sem colocar em risco a comunidade” ou, no caso das pessoas em instituições, que se possa recorrer às forças de segurança para fazer a recolha dos votos.

“Sei que há uma engenharia que pode ser adaptada pelo Governo, devidamente atempada e com todas as cautelas, e que neste momento ainda não foi”, afirmou.

Questionado sobre a necessidade de alterar a lei eleitoral para que as eleições decorram em dois dias, numa altura em que o parlamento se encontra dissolvido, o líder do CDS-PP defende que a “Assembleia da República não está encerrada e deve ser convocada para este efeito”.

“Da parte do CDS, estamos disponíveis para colaborar neste projeto legislativo”, afirmou.

Rodrigues dos Santos sublinhou que “não é uma fatalidade” que os infetados ou pessoas em isolamento devido à pandemia com Covid-19 não exerçam o seu direito de voto.

“A única preocupação que os partidos devem ter é garantir que a próxima Assembleia da República é escolhida respeitando a vontade do povo português”, defendeu.

Questionado sobre as medidas anunciadas esta quinta-feira pelo primeiro-ministro, entre as quais se contam a manutenção de teletrabalho obrigatório e o encerramento de bares e discotecas até dia 14, mas algum alívio generalizado, o líder do CDS-PP acusa o Governo de “manter o alarme social e gerir a pandemia através do estrangulamento da economia”.

“Creio que, ao nível dos isolamentos, devem ser restringidos ao mínimo possível. Quanto às restrições à atividade económica, devem ser abolidas imediatamente. A preocupação do Governo deve cingir-se apenas à terceira dose da vacina, tentar que se universalize a toda a sociedade”, considerou.

Para Rodrigues dos Santos, uma vez que o aumento do número de casos não se tem traduzido na subida de internamentos e mortes, é preciso admitir “a necessidade de conviver socialmente com o vírus”.

Estamos a pagar uma fatura elevadíssima a nível económico e não se vê necessidade de manter este padrão”, disse.

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