Um em cada 3 portugueses beneficiou das medidas extraordinárias ligadas à pandemia

A ministra do Trabalho foi chamada ao Parlamento para um debate político requerido pelo PCP e avançou que um em cada três portugueses foi abrangido pelas medidas extraordinárias ligadas à Covid-19.

Cerca de um em cada três portugueses beneficiou das medidas extraordinárias criadas pelo Governo de António Costa em resposta à crise pandémica, nomeadamente o apoio à família, o lay-off simplificado e o apoio à redução da atividade. Este número foi revelado esta quinta-feira pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, num debate político na Assembleia da República.

“Só no âmbito das medidas implementadas pelo Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, tivemos até ao momento metade dos trabalhadores independentes do total de trabalhadores independentes existentes no país com apoios extraordinários. Tivemos um em cada três portugueses abrangido pelas medidas extraordinárias criadas, 174 mil empresas apoiadas, 4.865 milhões [de euros] de apoios da Segurança Social, sempre com reforços do Orçamento do Estado para este efeito”, adiantou a responsável, depois de ter ouvido críticas por parte nomeadamente da deputada social-democrata Clara Marques Mendes em relação aos apoios disponibilizados às empresas, numa altura em que a pandemia regista um novo agravamento.

Ainda com os olhos na direita, Ana Mendes Godinho frisou que, perante “uma crise sem paralelo em 100 anos” e “quando se previa um possível colapso social e económico”, foram criadas medidas extraordinárias, que implicaram a mobilização sem precedentes de recursos. “Fizemos isto tudo com responsabilidade e com espírito permanente de missão ao serviço dos portugueses”, sublinhou a ministra.

E atirou: “Era muito mais fácil ter dito às pessoas que não havia solução“, recordando o “convite” à emigração feito na anterior crise pelo então Governo. “Demos respostas completamente diferentes”, garantiu esta quinta-feira Ana Mendes Godinho. “Em vez de penalizar, apoiamos. Em vez de retroceder, avançamos em conjunto com confiança”.

A ministra aproveitou para avançar, além disso, que a Segurança Social conta hoje com um número recorde de pessoas inscritas: mais 700 mil face a 2015. De notar que alguns dos apoios extraordinários disponibilizados pela Segurança Social tinham como contrapartida a inscrição nesse sistema, o que pode ajudar a explicar essa evolução.

Os deputados de várias bancadas questionaram a ministra do Trabalho também sobre as novas regras do teletrabalho — em particular sobre as dúvidas que persistem quanto ao cálculo das despesas adicionais implicadas no trabalho a partir de casa –, mas sobre isso Ana Mendes Godinho nada disse. Aliás, noutra ocasião, a responsável já tinha recusado produzir mais legislação sobre o assunto, defendendo que as dúvidas que vão surgindo serão esclarecidas, “a cada momento”.

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