Juros da dívida a dez anos em máximos de meio ano com pressão da Fed

Os juros das obrigações alemãs subiram para o valor mais alto desde maio de 2019. Fed pressiona investidores e puxa pelas taxas da dívida. Portugal também está sob pressão.

Os juros da dívida da Zona Euro continuam sob pressão esta segunda-feira, com a taxa de referência alemã em máximos de dois anos e meio. A Fed mantém pressão sobre os obrigacionistas em todo o mundo. A taxa portuguesa largou o máximo de novembro e subiu para o valor mais alto desde maio.

A yield associada às Obrigações do Tesouro portuguesas a dez anos está acima dos 0,6% esta manhã e desde meados de maio que nunca superou esta fasquia. A taxa tem vindo a subir com poucas interrupções desde a última reunião do Banco Central Europeu (BCE), a 16 de dezembro, que decidiu acabar com as compras de emergência.

A última semana foi especialmente penalizadora para os juros da dívida dos Estados membros, depois de as atas da Reserva Federal norte-americana terem mostrado que o banco central pode agravar o preço do dinheiro mais cedo do que o esperado, já em março em vez de maio ou junho. Na próxima quarta-feira é revelada a taxa de inflação em dezembro e o indicador poderá colocar pressão extra na Fed.

Taxa em máximos desde maio

Fonte: Reuters

Uma poll de previsões da Reuters aponta para uma subida dos preços em 7% no mês passado, acima dos 6,8% de novembro.

“As taxas das obrigações deverão continuar a ser alimentadas pelas expectativas dos investidores sobre o início, a velocidade e a profundidade do ciclo de subida de juros da Fed e sobre os possível cenários para o aperto da compra de dívida”, referiram os analistas do UniCredit numa nota citada pela Reuters.

Na Zona Euro, a taxa de inflação atingiu 5% em dezembro, um novo máximo desde a criação da moeda única.

A subida dos juros também inclui o core do euro. A taxa alemã a dez anos está mais perto de voltar a valores positivos, situando-se agora perto dos -0,03%, o nível mais elevado desde maio de 2019.

Em Itália, os juros das obrigações no mesmo prazo negoceiam nos 1,293%. A taxa espanhola está nos 0,65%, a mais alta desde junho de 2020.

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