Procurador nova-iorquino acusa 13 suspeitos de fraude milionária em seguros

  • ECO Seguros
  • 25 Janeiro 2022

A investigação criminal iniciada em 2017 resultou na acusação de um grupo de pessoas, incluindo médicos, um advogado e um polícia. Seguradoras foram prejudicadas em 100 milhões de dólares.

Damian Williams, Procurador distrital em Nova Iorque. Imagem: DoJ (Departamento de Justiça dos EUA).

Indiciadas de participarem numa organização desmantelada com ajuda do FBI, treze pessoas – incluindo quatro médicos, um advogado e um agente da polícia de Nova Iorque – são acusadas pelos procuradores federais dos EUA de alegados crimes que prejudicaram seguradoras do ramo automóvel em 100 milhões de dólares.

O gabinete do Procurador do distrito sul de Nova Iorque identificou os acusados e detalhou as alegações do processo que começou a ser investigado em 2017. O promotor de Justiça qualifica o caso como uma das maiores fraudes de seguros, um esquema que operava através de células, cada uma com a sua tarefa e especialização, e que conspiravam entre si para ludibriar leis de seguros relativas a indemnização de vítimas de acidentes.

Entre outras práticas, a organização obteve g
anhos financeiros indevidos subornando centenas de pessoas para ter acesso a registos de acidentes de viação, encaminhando depois os feridos para médicos corruptos. A oito dos 13 acusados, alguns já detidos e presentes a tribunal, são imputados crimes vários, alegadamente conspiração para cometer “fraude em saúde, branqueamento de capitais, suborno e obstrução, além de prestarem falsas declarações às autoridades federais, agravado de roubo de identidade”, detalha em comunicado o procurador distrital de Justiça dos EUA.

O despacho de acusação do ministério público norte-americano desdobra-se em duas peças processuais e envolve crimes cuja moldura penal prevista supõe castigos de entre cinco e mais de 40 anos de prisão, indica o despacho de Damian Williams, o novo procurador nova-iorquino que soma referências elogiosas nos corredores da Justiça desde que foi nomeado por Joe Biden para o cargo.

O principal círculo da alegada malfeitoria era liderado por Bradley Pierre. A procuradoria alega que este controlava cinco estabelecimentos clínicos, propriedade de médicos e cuja atividade praticou ilícitos ao abrigo de legislação norte-americana que obriga as seguradoras a pagar tratamentos e cuidados hospitalares a pessoas feridas em acidentes de viação de forma célere, sem necessidade de esperar pela conclusão dos processos de sinistro. Entre os métodos atribuídos aos alegados criminosos, destaca-se o suborno de mais de 900 assistentes operacionais e outros funcionários hospitalares “para acederem a informação confidencial das vítimas de acidentes automóveis”, descreve o documento. “Na posse dessa informação, colocaram as vítimas em risco, sujeitando-as a procedimentos médicos desnecessários e muitas vezes dolorosos, a fim de executarem o esquema de sobrefaturação” que prejudicou as companhias de seguros.

Só em tratamentos hospitalares fraudulentos, Pierre e os cúmplices faturaram de forma ilícita 70 milhões de dólares às companhias de seguros, alega a acusação, explicando que um escritório de advocacia de um familiar e um circuito interno Tv para reuniões serviam para dissimular e orquestrar os golpes. O esquema de corrupção que vinha de 2008 pagou 4 milhões de dólares para conseguir, de forma ilegal, informação sobre sinistros e vítimas dos acidentes, desenvolve o comunicado do gabinete de Damien Williams, referindo que a investigação vai continuar.

Uma página na plataforma LinkedIn em nome de Bradley Pierre indicava-o como proprietário da Medical Reimbursement Consultants Inc sediada em Nova Iorque. Uma empresa com esse nome foi registada em Nassau, pela primeira vez em 2008, altura em que, acrescenta a investigação judicial, o esquema de fraude começou.

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