Sonae entra no índice Bloomberg para a igualdade de género

Grupo liderado por Cláudia Azevedo junta-se a outras sete cotadas - Jerónimo Martins, Galp, EDP, EDP Renováveis, REN, NOS e BCP - no índice de transparência e boas práticas na igualdade de género.

A Sonae foi selecionada para integrar o Bloomberg 2022 Gender-Equality Index (GEI), que inclui na edição deste ano um total de 418 empresas de meia centena de setores — o financeiro, tecnológico e das utilities são os mais representados — e provenientes de 45 países e regiões, com uma capitalização bolsista combinada de 16 biliões de dólares (14,2 biliões de euros).

O grupo nortenho liderado por Cláudia Azevedo junta-se assim à NOS, à REN e a outras cotadas portuguesas, como a Jerónimo Martins, a Galp, a EDP, a EDP Renováveis ou o BCP, que já faziam parte da anterior edição deste índice que visa replicar o desempenho das empresas de capital aberto comprometidas com a prestação de informação transparente sobre as suas práticas e políticas relativas à igualdade de género.

Liderança feminina e pipeline de talento; igualdade de remuneração e paridade salarial; cultura inclusiva; políticas de prevenção contra o assédio sexual; ser uma marca pró-mulher. São estes os cinco pilares de desempenho avaliados no índice, num total superior a 70 indicadores, neste projeto da Bloomberg. Com a multinacional de origem retalhista sediada na Maia a distinguir-se, em particular, nos três primeiros indicadores e a alcançar uma pontuação global de 78%.

Assumimos o compromisso de 39% das posições de liderança serem ocupadas por mulheres até 2023. Esta decisão implica agir no imediato em diferentes etapas da carreira das nossas colaboradoras.

João Günther Amaral

Membro da comissão executiva da Sonae

Na edição de 2022, a pontuação média no GEI foi de 71%. A análise feita às 418 participantes, entre as quais algumas das principais empresas do mundo — as que têm uma capitalização de mercado de mil milhões de dólares são elegíveis para a inclusão no índice –, mostra que as mulheres ocupam 31% das cadeiras nos conselhos de administração. 72% têm um diretor para a área da diversidade e da inclusão (Chief Diversity Officer ou equivalente) e 61% exigem que a lista de candidatos para cargos de gestão seja equilibrada em matéria de género.

Sonae Tech Hub

Falando num “equilíbrio de direitos, liberdades e oportunidades”, João Günther Amaral, membro da comissão executiva, lembra que a Sonae assumiu há três anos o compromisso de ter 39% das posições de liderança ocupadas por mulheres até 2023 e que essa decisão “implica agir no imediato em diferentes etapas da carreira das colaboradoras” do grupo.

“Integrar este índice de referência mundial é um reconhecimento importante do progresso que já alcançámos e vem reforçar a nossa confiança em continuar este caminho pela igualdade”, acrescentou o administrador da Sonae, citado num comunicado enviado às redações esta quarta-feira.

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Miguel Almeida, presidente executivo da NOSHugo Amaral/ECO

Também a NOS se estreia neste índice em 2022, reclamando que a inclusão no GEI reforça o compromisso “para com a igualdade de tratamento e de oportunidades entre todas as suas pessoas, e para com a eliminação de qualquer tipo de discriminação em função do sexo”. Objetivos que diz estarem materializados no Plano para a Igualdade de Género 2022 e na Declaração de Compromisso para a Diversidade e Inclusão da empresa de telecomunicações.

“Os princípios da igualdade, diversidade e inclusão assumem um papel central na estratégia de recursos humanos da NOS, estando intrinsecamente relacionados com a evolução, crescimento e diversificação do nosso negócio. Apostamos na captação e retenção dos melhores talentos e promovemos a igualdade de oportunidades, independentemente do género. Estamos muito conscientes do impacto que estas práticas têm na valorização das nossas pessoas e esta distinção incentiva-nos evoluir cada vez mais”, resume Miguel Almeida, CEO da NOS.

Num mundo tão dinâmico e em permanente mudança, é essencial para o sucesso que as empresas acolham a diversidade, e em particular a igualdade de género.

Andy Brown

CEO da Galp

Já Andy Brown, CEO da Galp, que volta a fazer parte do índice este ano, concorda que “num mundo tão dinâmico e em permanente mudança, é essencial para o sucesso que as empresas acolham a diversidade, e em particular a igualdade de género”. “Estamos determinados a melhorar continuamente e o GEI permite-nos acompanhar o progresso que fazemos e prestar contas por ele”, conclui o líder da empresa energética.

JM e BCP a subir na classificação

A metodologia do GEI assenta na ponderação de dois fatores: 30% para disclosure (divulgação de informação) e 70% para data excellence (desempenho). No conjunto das duas dimensões, a Jerónimo Martins obteve este ano uma classificação de 71,55%, que representa uma subida de 6,5 pontos face à última edição.

Para Susana Correia de Campos, Head of Corporate Employee Relations do Grupo Jerónimo Martins, este resultado “atesta a consistência” com que esta área é trabalhada no seio da retalhista que detém o Pingo Doce (Portugal) ou a Biedronka (Polónia) e que este “é um trabalho diário de melhoria contínua num grupo que [se] orgulha de ter 68% dos cargos de gestão ocupados por mulheres”.

É um trabalho diário de melhoria contínua num Grupo em que nos orgulhamos de ter 68% dos cargos de gestão ocupados por mulheres.

Susana Correia de Campos

Head of Corporate Employee Relations do Grupo Jerónimo Martins

Já o Millennium BCP integra o Bloomberg Gender-Equality Index pelo terceiro ano consecutivo e é o único banco português na lista. A instituição financeira sublinha que o compromisso com todos os critérios ESG (environmental, social and corporate governance) está espelhado na evolução da classificação neste ranking: 77,79% em 2020, 78,11% em 2021 e 80,76% em 2022.

“Sermos referenciados à escala global numa matéria tão relevante é um orgulho para os profissionais do Millennium BCP e constitui um claro sinal do empenho do banco em criar uma cultura empresarial que promove a igualdade de oportunidades, premeia o mérito e a qualidade do trabalho em equipa”, salienta Miguel Maya, citado numa nota de imprensa.

Miguel Maya, presidente do Millennium BCPANTÓNIO COTRIM/LUSA

O presidente da comissão executiva frisa ainda que “uma organização que valoriza a diversidade e a equidade de condições independentemente de género, raça, religião ou orientação sexual, está seguramente mais bem preparada para interpretar novos contextos e desafios, bem como para respeitar e corresponder às necessidades dos clientes num mundo complexo, global e diverso”.

(Notícia atualizada às 18:15 com a declaração de Miguel Almeida)

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