Painel EIOPA mostra risco macro elevado e introduz nova categoria de risco

  • ECO Seguros
  • 1 Fevereiro 2022

A Supervisão europeia dos Seguros acrescentou ao seu painel de riscos nova categoria, denominada digitalização e cyber. O diagnóstico ao risco macro tem classificação "elevado" e crescente.

A EIOPA (Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma na sigla internacional) atualizou o seu Painel de Risco, publicação trimestral baseada em dados alinhados com o regime Solvência II e desta vez reportados ao terceiro trimestre (3ºT) de 2021, enquanto os indicadores de mercado são referenciados a início de janeiro de 2022.

O painel de risco mostra que as exposições das seguradoras aos riscos macroeconómicos permaneciam então a um “nível elevado”, com tendência ascendente
no trimestre (elevado “estável” no trimestre anterior e “muito elevado” na avaliação recolhida no 3ºT de 2020), enquanto as restantes categorias, tais como os riscos respeitantes a rentabilidade e solvência no setor, permaneceram em nível médio, de acordo com os resultados no final de setembro de 2021. Assim, registou-se melhoria nos riscos de liquidez e financiamento, categoria agora em nível médio e decrescente, assinala o documento que assume situação praticamente “inalterada” no panorama geral de riscos da indústria seguradora.Face aos trimestres anteriores, o dashboard de riscos divulgado pela EIOPA revela 10 categorias (mais uma do que o habitual), introduzindo nova categoria relacionada com os riscos Digitalização e Ciber ameaças e nova avaliação de ESG. Por outro lado, explica a nota incluída no relatório da EIOPA, a coluna de perspetivas (Outlook) para os próximos 12 meses baseia-se nas respostas recebidas de 26 autoridades nacionais e são classificados de acordo com a mudança esperada na materialidade de cada risco, conforme sinaliza a infografia : diminuição substancial; diminuição; inalterada; aumento e aumento substancial (consoante direção das setas).

No que respeita aos riscos do cenário macro, as previsões de inflação foram revistas em alta e as taxas dos swap a 10 anos aumentaram nas principais moedas. Os mercados financeiros mantêm-se globalmente estáveis e as políticas monetárias permanecem acomodatícias, “embora as aquisições de ativos evoluam a um ritmo mais lento, esperando-se uma maior desaceleração,” desenvolve a EIOPA.

Após seis trimestres de tendência crescente, a posição de solvência dos grupos seguradores “diminuiu, mas ainda se manteve acima do nível do final do ano 2020″. O rácio SCR (Requisito de Capital de Solvência) das companhias do ramo Vida melhorou ligeiramente. Já entre as seguradoras de não-Vida, os indicadores de rentabilidade apontam uma ligeira deterioração, registando-se agravamento do rácio combinado líquido, refere o relatório do organismo de europeu de supervisão que, desde setembro de 2021, é presidido por Petra Hielkema.

Os riscos de interligações e desequilíbrios também se mantêm no nível médio da escala. A exposição dos grupos seguradores aos bancos diminuiu e, quanto aos riscos ambientais, sociais e relacionados com a governança (ESG), o painel EIOPA situa-os em nível médio. O rácio de perdas catastróficas diminuiu ligeiramente em comparação com o trimestre anterior, embora admitindo que não reflita ainda o potencial impacto negativo das inundações europeias no verão de 2021, nota o relatório da Supervisão europeia.

A digitalização e os riscos cibernéticos situam-se a um nível médio. A materialidade destes riscos para as seguradoras, tal como avaliada pelos supervisores, permanece contida, mas com outlook a subir. A frequência dos ciber-incidentes com impacto em todos os setores de atividade, medida pelos dados disponíveis, diminuiu desde o mesmo trimestre do ano passado, mas ainda é elevada em comparação com a média a longo prazo. Os indicadores nesta categoria de risco “são exploratórios e serão mais desenvolvidos à medida que novos dados forem ficando disponíveis,” refere o relatório.

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