“Não vejo qualquer objeção ao regresso dos debates quinzenais”, defende Fernando Medina

O ex-líder da autarquia de Lisboa e quinto deputado eleito pelo círculo de Lisboa defende que os portugueses não têm de se assustar com a maioria absoluta.

“Mais do que a vantagem da maioria absoluta, a grande vantagem é a estabilidade política. Ciclos curtos são sempre maus para a eficácia da governação”. As palavras são de Fernando Medina, na “Grande Entrevista”, na RTP3, exibida esta quarta-feira. que acrescenta ainda que “uma maioria absoluta não deve assustar nem preocupar os portugueses”. E defende ainda que não vê qualquer problema em que se reforcem os meios de fiscalização, nomeadamente do PRR, “como forma de monitorização”. Acrescentou ainda que não tem qualquer objeção quanto “ao regresso dos debates quinzenais” na Assembleia da República.

Quanto ao papel de Marcelo Rebelo de Sousa a gerir esta maioria e o restante quadro parlamentar, admitiu que “se alguém espera que o Chefe de Estado fará o papel de oposição será defraudado, porque esse não é o papel do Presidente da República”.

“O país precisa de estabilidade política. Em resposta a uma crise política, os portugueses optaram por dar uma solução estável” admitindo que a interrupção da governação foi um cenário “que todos os portugueses teriam dispensado”. Fernando Medina defendeu ainda que “as coligações de partidos não são a norma no nosso país”, disse o ex-autarca de Lisboa. admitindo que António Costa sempre procurou consensos e diálogos”.

O ex-presidente da câmara da capital fez parte da lista de deputados do Partido Socialista (PS) para as legislativas pelo círculo eleitoral de Lisboa. Na lista, Medina figurava em quinto lugar, atrás do cabeça de lista António Costa, de Edite Estrela, Mariana Vieira da Silva e Duarte Cordeiro.

Na questão dos salários, o ex- presidente da Câmara, aqui num papel semelhantes ao de porta- voz do Governo, trouxe à discussão o tema do salário mínimo, dizendo que a política adotada pelo Governo foi “acertada, dinamizou a procura interna” e “não teve impacto nos riscos de níveis de risco de desemprego”. Por isso, “a tese de que não podemos aumentar salários antes da economia crescer,” referindo-se à postura do PSD face ao tema, estava “errada”. Acrescentou ainda “que o aumento do salário mínimo provou ser bom do ponto de vista social e do emprego”. E garantiu que “o aumento dos salários em Portugal é uma prioridade” e a curto prazo.

Quanto às verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Medina defendeu que são de tal forma significativas, “que vão ter impacto no nosso crescimento e no emprego e vão ser visíveis logo no final do ano. E tem impacto ainda na melhoria e aceleração do processo de intensificação tecnológico e inovação mas também em matéria ambiental”.

“A redução da dívida pública portuguesa também deve ser um dos focos do Governo”, segundo o socialista. Falando no objetivo alcançar o valor de de 110% sobre o produto.

No que toca à equipa do futuro Governo, Medina defendeu que os Governos têm que ser feitos “conforme as circunstâncias”. E admitiu que gostava da ideia de task force neste próximo XXIII Governo. “Menos responsáveis políticos e uma maior coesão e concentração do poder. “Vamos entrar numa fase em que a prioridade tem de ser a execução do PRR e estabilização dos serviços públicos, assoberbados depois de uma pandemia.” Uma formação de Executivo mais “enxuta”, palavra usada por António Costa várias vezes nos últimos dias. Escudando-se dizer se está disponível ou não para fazer parte deste Governo, remetendo essa questão para o primeiro-ministro António Costa. “Cabe ao PM fazer os convites para o Governo”. Mas assumiu que a disponibilidade para ajudar o PS “é total”.

Em dezembro, um mês antes das eleições legislativas que deram a maioria absoluta a António Costa, o líder do PS admitia que o que tem pensado “é que para estes tempos temos de ter uma equipa mais curta, renovada, ágil, com um novo modelo de Governo”, revelou António Costa, sem adiantar nomes, mas o primeiro-ministro já na altura tinha decisões tomadas. O nome preferido de Costa para substituir João Leão na pasta das Finanças é Fernando Medina, segundo apurou na altura o ECO junto de duas fontes conhecedoras do processo.

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