Polícia usa gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes nos Campos Elísios

  • Lusa e ECO
  • 12 Fevereiro 2022

As forças de segurança utilizaram gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes, nos Campos Elísios. E na Holanda, camionistas holandeses bloqueiam centro de Haia, também no "comboio da liberdade".

As forças de segurança utilizaram gás lacrimogéneo ao início da tarde deste sábado para dispersar os manifestantes opositores ao passe da vacina contra a Covid-19, que se reuniram nos Campos Elísios, em Paris, segundo a agência France-Presse (AFP).

Milhares de opositores ao passe da vacina, que se intitulam “comboios da liberdade”, chegaram este sábado à capital francesa, vindos de todo o país, com o objetivo de se manifestarem, apesar da proibição da polícia, determinados a impedir qualquer bloqueio.

Por volta das 14h00, mais de uma centena de veículos juntou-se na avenida com motoristas, alguns a pé, a agitar bandeiras e a gritar “liberdade”. A situação ficou tensa e foi usado gás lacrimogéneo.

A polícia retirou as pessoas que estavam ao redor do Arco do Triunfo, e afastaram, gradualmente, os manifestantes para os jardins que ficam do outro lado desta célebre avenida parisiense.

Automóveis, autocaravanas e carrinhas partiram de Nice, Lille, Estrasburgo, Vimmy (Pás-de-Calais) ou Châteaubourg (Ille-et-Vilaine), viajando por dois ou três dias, a velocidade reduzida, por estradas secundárias até chegar à capital.

Depois de acampar às portas de Paris, na noite de sexta-feira, alguns participantes – 3.000 veículos para um total de 5.000 manifestantes, segundo a polícia – ingressaram no anel viário da capital na manhã de hoje, onde 337 pessoas foram multadas por volta das 14h30, por “participarem numa manifestação não autorizada”, de acordo com as autoridades.

Camionistas holandeses bloqueiam centro de Haia integrando “comboio da liberdade”

Um grupo de camionistas holandeses bloqueou este sábado o acesso ao centro de Haia, cidade na região oeste dos Países Baixos, para protestar contra as restrições aplicadas no âmbito da pandemia, uma iniciativa inspirada no movimento “comboio da liberdade”.

Iniciado em janeiro deste ano por motoristas de camiões no Canadá contra a exigência do certificado de vacinação para a Covid-19 para atravessar a fronteira com os Estados Unidos, o movimento “comboio da liberdade” chegou à Europa, começando pela capital francesa, Paris, e agora na cidade holandesa de Haia.

Dezenas de camiões de todos os tamanhos, incluindo de transporte de contentores, carrinhas e carros, chegaram à capital administrativa dos Países Baixos desde o início da manhã deste sábado, vindos de diferentes províncias, para se mobilizarem contra as restrições implementadas no âmbito da pandemia de Covid-19.

A maioria chegou com a bandeira holandesa ou da Frísia (região do Mar do Norte) pendurada nas janelas ou tejadilhos, e em alguns pode-se ler a palavra “liberdade”, embora alguns camiões também tenham sido vistos com a bandeira canadiana, simpatizando com o movimento que deu origem a essa ação.

Os participantes protestam contra as medidas de restrição, inclusive a obrigatoriedade do uso de máscara e o passe Covid, erguendo faixas com textos que diziam: “Basta” ou “Rutte IV deve ir, nós não vamos”, em referência ao quarto gabinete liderado pelo liberal Mark Rutte desde janeiro.

Os motoristas preveem passar pelo menos este dia nas proximidades do Binnenhof, o complexo de edifícios onde se localiza, entre outros, o gabinete do primeiro-ministro, mas a polícia está a tentar levá-los a todos para Malieveld, um grande espaço cercado de relva na zona centro da cidade, onde costumam ser realizadas as manifestações.

A Câmara Municipal de Haia exortou os participantes no protesto a deixarem “os seus veículos estacionados” fora do centro, porque a cidade “não é acessível” para estes veículos, e alertou que “atuará contra aqueles que ignorarem as instruções da polícia e violem as regras de trânsito”.

A circulação rodoviária em direção ao centro de Haia está completamente parada. Esta ação foi inspirada no bloqueio de Otava, capital do Canadá, provocado por camionistas canadianos, que também na sexta-feira foi seguida por motoristas franceses em Paris.

A Covid-19 provocou pelo menos 5,78 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China. A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante do mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

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