Macron avisa Putin de que diálogo não é compatível com escalada militar

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2022

Macron e Putin falaram ao telefone durante uma hora e 40 minutos. O presidente francês avisou o homólogo russo de que um “diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar”.

O presidente francês, Emmanuel Macron, avisou este sábado o seu homólogo russo, Vladimir Putin, de que um “diálogo sincero não é compatível com uma escalada militar” na fronteira ucraniana, anunciou o Eliseu (Presidência francesa).

Macron e Putin falaram ao telefone durante uma hora e 40 minutos, e “manifestaram ambos a vontade de prosseguir o diálogo”, segundo uma declaração citada pela agência France-Presse (AFP).

Esse diálogo, referiu o Eliseu, versa as “formas de avançar na implementação dos acordos de Minsk” sobre a guerra na região ucraniana do Donbass e sobre as “condições de segurança e estabilidade na Europa”. Macron também “transmitiu as preocupações dos seus parceiros e aliados europeus”, disse o Eliseu.

A Rússia não revelou ainda o teor da conversa de Putin com Macron.

A conversa realizou-se numa altura de agravamento da tensão sobre a Ucrânia, depois de os Estados Unidos da América (EUA) terem alertado, na sexta-feira, que a Rússia poderá invadir o país vizinho “a qualquer momento” nos próximos dias. O Presidente norte-americano, Joe Biden, também vai falar este sábado com Vladimir Putin.

Macron já se tinha reunido com Putin em Moscovo, na segunda-feira, antes de viajar para Kiev, no dia seguinte para conversações com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A França exerce neste semestre a presidência rotativa da União Europeia (UE). Já hoje, os chefes da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, e da Rússia, Sergei Lavrov, conversaram por telefone sobre a crise, mas sem resultados práticos.

Blinken disse a Lavrov que a via do diálogo permanece aberta, mas exigiu uma desescalada a Moscovo, e o seu homólogo acusou Washington de propaganda ao falar numa invasão iminente da Ucrânia pela Rússia.

O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014, e de apoiar, desde então, uma guerra separatista no Donbass (leste ucraniano).

A Rússia nega essa intenção, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

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