Eurostat confirma inflação da Zona Euro nos 5,1% em janeiro

Após a estimativa preliminar, o Eurostat confirma que a taxa de inflação na Zona Euro acelerou para 5,1% em janeiro deste ano.

A taxa de inflação da Zona Euro acelerou em janeiro para 5,1%, após ter atingido os 5% em dezembro de 2021. Os dados foram publicados esta quarta-feira pelo Eurostat, confirmando o que tinha sido divulgado no início do mês. Portugal continua a ser um dos países com a taxa de inflação mais baixa da Zona Euro.

Este é o valor mais elevado da taxa de inflação da Zona Euro (19 Estados-membros) desde o início da série, em 1997. Mais de metade deste valor deve-se à dinâmica dos preços da energia, cujo contributo para a taxa é de 2,8 pontos percentuais. Seguem-se os serviços (+0,98 pontos), alimentação, álcool e tabaco (0,77 pontos) e os bens industriais não-energéticos (0,56 pontos).

Como mostra este gráfico do Eurostat, há uma grande divergência na taxa de inflação entre os vários países. França, que tem uma grande parcela de energia satisfeita pelo nuclear, regista a menor taxa (3,3%), seguindo-se Portugal (3,4%) e a Suécia (3,9%). Do lado oposto está a Lituânia (12,3%), Estónia (11%) e a Chéquia (8,8%). A média da União Europeia (27 Estados-membros) é de 5,6%.

A estimativa preliminar da taxa de inflação de fevereiro será publicada a 2 de março. Este valor será essencial para a análise do Banco Central Europeu (BCE) sobre a evolução dos preços e, consequentemente, o rumo da política monetária da Zona Euro. A presidente do BCE, Christine Lagarde, apontou para a reunião de 10 de março para respostas e ações concretas, após ter recusado repetir a frase de que não esperava subidas de juros em 2022.

Governador do banco central da Áustria quer subir juros antes das compras acabarem

O governador do banco central da Áustria, que tem assento no conselho de governadores do BCE como os restantes governadores dos bancos centrais da Zona Euro, afirmou que quer uma subida dos juros diretores antes do fim do programa de compra de ativos marcado para o final deste ano. Robert Holzmann desafia assim a sequência de passos que normalmente o banco central dá: primeiro acaba com as compras de ativos e só depois mexe nos juros.

Até ao momento, esta sequência não tinha sido colocada em questão por nenhum membro do BCE em público, tendo o foco estado na discussão sobre quando acabar com o chamado quantitative easing. Porém, Holzmann colocou-a em questão numa entrevista ao jornal suíço NZZ, citada pela Reuters: “Seria possível ter uma primeira subida dos juros no verão, antes do fim das compras, e uma segunda subida no final do ano. Eu seria favorável a isso“, disse o governador austríaco. Na prática, o BCE estaria assim a meter o pé no acelerador e no travão ao mesmo tempo.

(Notícia atualizada às 10h37 com mais informação)

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