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Restauração e hotelaria perdem 40% a 60% das vendas em janeiro

Inquérito da AHRESP mostra quebras na faturação provocadas pela quinta vaga da pandemia. Quase um terço das empresas de restauração ponderam mesmo "encerrar definitivamente".

Em janeiro, 43% das empresas de restauração tiveram quebras superiores a 40%, enquanto quase um terço (29%) das empresas de alojamento registou quebras acima dos 60%. A comparação é feita com janeiro de 2021 e faz parte de um inquérito realizado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP).

A pressionar a atividade económica destes dois setores esteve a pandemia, nomeadamente os “efeitos diretos do pico da quinta vaga da pandemia”, adianta a associação liderada por Ana Jacinto. No arranque do ano, 78% das empresas de restauração e similares, assim como 37% das empresas de alojamento já tinham tido trabalhadores infetados. Neste universo, “51% e 19%, respetivamente, tiveram inclusive que fechar por essa razão, por um período nunca inferior a sete dias”, sinaliza numa nota de imprensa.

“Este inquérito revela, assim, um cenário ainda muito dramático para as nossas atividades económicas”, sinaliza a associação, que volta a apelar ao Governo para que crie “um plano de ação para garantir a viabilidade das empresas”, justificando que, além do impacto da pandemia, as empresas enfrentam agora a escalada de preços da energia, combustíveis e de matérias-primas.

Neste contexto, há cada vez mais empresas a ponderar fechar portas. Em comunicado, a AHRESP concretiza que “31% das empresas de restauração e similares ponderam mesmo encerrar definitivamente”. Isto é, cerca do dobro das intenções demonstradas anteriormente. No setor do alojamento, o cenário é menos gravoso, com apenas 8% das empresas do setor a equacionar fechar portas.

Além disso, mais de metade das empresas (52%) de restauração e 28% das empresas de alojamento sinalizam que tiveram de adiar investimentos devido às dificuldades no recrutamento.

Nove em cada dez com “fortes dificuldades” em contratar

Entre as principais preocupações manifestadas pelo setor da restauração está a dificuldade em contratar pessoal, com nove em cada dez empresas a assumirem “fortes dificuldades em consegui-lo”. Sobretudo para profissionais de cozinha (75%) e de mesa/balcão (72%). A dificuldade em arranjar recursos humanos é transversal ao setor do alojamento, sendo que neste casos as maiores dificuldades são para contratar funcionários para as funções de limpeza, cozinha e receção.

Este inquérito foi realizado entre 10 e 18 de fevereiro de 2022, tendo sido consideradas 417 respostas válidas e “representativas dos setores da restauração e similares e do alojamento turístico, em todo o território nacional”, resume a AHRESP.

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