Rui Rio acusa Novobanco de querer aumentar lucros “à custa” dos portugueses

  • Lusa
  • 10 Março 2022

Líder do PSD acusou o banco de querer aumentar os lucros "à custa" dos portugueses. Já o PCP exigiu que o Governo adote uma "atitude de firmeza" e rejeite liminarmente o pedido de 209,2 milhões

O líder do PSD defendeu que o Novobanco, ao pedir mais uma injeção de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução, está a querer aumentar lucros “à custa” dos portugueses enquanto a Justiça assiste “na bancada”.

“O Novobanco, apesar de ter lucros, ainda os quer aumentar mais à custa dos contributos dos portugueses, mas nós temos consciência de que o Novobanco andou a vender património a valores abaixo daquilo que valiam no mercado e isso é que gerou menos valias que todos tivemos de pagar”, afirmou Rui Rio, que esta quinta-feira participa na cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), de preparação da cimeira informal da União Europeia, em Paris.

Contudo, o Fundo de Resolução mantém o entendimento de que não é devido qualquer pagamento ao Novobanco, que anunciou na quarta-feira que irá pedir mais uma injeção de capital de 209,2 milhões de euros relativa a 2021.

Rui Rio já tinha feito críticas no Twitter: “Uma vergonha sem limites, que o nosso Governo encara com a maior das tranquilidades e a que a Justiça assiste, calmamente sentada no camarote. É assim que o País ‘funciona’; sendo certo que assim não tem futuro”, escreveu na rede social.

“O Governo achou isto normal, foi sempre pagando sem contestar nada e o outro ponto, quando eu me refiro à justiça, é que eu próprio fiz uma exposição muito longa ao Ministério Público sobre uma série de operações do Novobanco com base em notícias que vieram e da Comissão de Inquérito e, tal como ontem tive oportunidade de escrever, dá-me ideia que a justiça está sentada na bancada a olhar passivamente para uma situação que é grave”, disse hoje Rui Rio.

PCP exige ao Governo que rejeite liminarmente pedido

Já o PCP exigiu que as autoridades nacionais adotem uma “atitude de firmeza” e rejeitem liminarmente o pedido do Novobanco, que classificou como “escandaloso” face aos lucros que apresentou.

“O novo pedido de mais 200 milhões de euros de recursos públicos para o Novobanco deve ser liminarmente rejeitado. O povo português nunca deveria ter sido obrigado a enterrar milhares de milhões de euros de recursos públicos num banco que foi entregue a grupos económicos privados”, defendeu o PCP, em comunicado.

Para o PCP, este pedido revela que a Lone Star (fundo norte-americano que detém o Novobanco) está a seguir uma estratégia de “utilizar todos os subterfúgios para consumir a totalidade dos 3,9 mil milhões de euros dados como garantia pública”, que só é possível porque “o contrato que o Governo PS preparou deixou toda a margem à Lone Star sem quaisquer mecanismos eficazes de controlo”, acusou.

Perante este pedido de injeção, “exige-se das autoridades nacionais uma atitude de firmeza, rejeitando mais uma transferência do Fundo de Resolução”, lê-se.

O PCP classificou ainda como escandaloso que o Novobanco tenha feito este pedido num contexto em que apresenta “lucros de 184 milhões de euros e quando cumpre com os rácios de solvabilidade exigidos pelas autoridades supervisoras”.

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