Preço do gás natural afundou 35% em cinco dias

Na mesma semana em que chegou ao valor mais alto de sempre, o preço do gás natural afundou, acumulando agora uma perda de 35% nos últimos cinco dias.

Assim como o petróleo, também o mercado de gás natural está a oscilar, consequência da elevada incerteza que paira nos mercados devido à invasão russa. Depois de o preço ter tocado o valor mais alto de sempre na segunda-feira, dois dias depois estava a cair mais de 30%. Esta sexta-feira está a desvalorizar 1,5%, acumulando uma queda de 35% nos últimos cinco dias.

Em causa estão os futuros de referência Dutch TTF Gas para entrega em abril, que ganharam um impulso adicional com o eclodir da guerra na Europa. O preço do gás natural está a recuar 1,48% para 124,53 euros por MWh.

Este desempenho acontece na mesma semana em que o preço chegou a disparar 51% para um recorde de 320 euros/MWh, mas também em que chegou a afundar 30% para 155,88 euros/MWh. Nos últimos cinco dias, a queda acumulada é de 35,33%.

Evolução do preço do gás natural no último mês. | Fonte: Barchart.com

Os sucessivos ataques da Rússia na Ucrânia, as dezenas de novas sanções que continuam a ser impostas a Moscovo e ainda a proibição de navios russos atracarem nos portos do Reino Unido estão a contribuir para a subida dos preços dos gás. Além disso, a nova lei alemã que prevê quantidades mínimas de armazenamento de gás natural também está a dar uma ajuda extra para esta escalada de preços.

E o cenário deverá agravar-se. A situação geopolítica altamente imprevisível e o risco de agravamento da guerra e de novas sanções dão força a uma subida ainda maior dos preços, sublinha a Reuters. Além disso, os investidores temem que a Rússia use o gás natural como arma de pressão à Europa, dado que é o principal fornecedor de gás aos europeus.

Mas os preços do gás natural já estavam a subir mesmo antes da guerra na Europa. A menor geração eólica, o aumento do custo das licenças de CO2, a seca severa que se vive em Portugal e a menor produção hídrica (derivada da decisão do Governo de suspender a geração em várias barragens) são alguns dos elementos que têm levado à subida das importações de gás natural, usado pelas centrais de ciclo combinado.

Os ataques da Rússia à Ucrânia estão ainda a puxar pelos preços do petróleo. O Brent está a subir 2,16% para 111,69 dólares, enquanto os futuros do WTI em Nova Iorque valorizam 1,82% para 107,95 dólares por barril.

Os líderes da União Europeia (UE) concluem esta sexta-feira uma cimeira informal de dois dias em Versalhes, França, sendo que um dos temas em cima da mesa será a energia, nomeadamente encontrar formas de reduzir a dependência do Bloco ao petróleo e gás natural que vem da Rússia.

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