CMVM alerta contra “decisões impulsivas ou precipitadas” face à “maior volatilidade” nos mercados

CMVM recomenda “prudência e vigilância” às entidades e investidores face ao risco da invasão da Ucrânia nos mercados e economia. Recomenda que se evitem "decisões impulsivas ou precipitadas".

A Comissão do Mercado de Valores Imobiliários (CMVM) recomendou “prudência e vigilância” às entidades supervisionadas e investidores, embora considere que a exposição dos mesmos à guerra na Europa é “reduzida”. Num comunicado, o supervisor recomenda também aos investidores que evitem tomar decisões precipitadas ou impulsivas.

Apesar de considerar reduzida a exposição dos investidores portugueses a entidades e ativos mais impactados pela guerra, o supervisor vê mais volatilidade nos mercados internacionais relevantes para o país, ainda que os mesmos continuem a funcionar com normalidade.

A entidade identifica como impactos nos níveis de volatilidade no mercado a “alteração dos preços da energia e de algumas matérias-primas, a persistência de dificuldades nas cadeias logísticas de fornecimento de bens, a antecipada revisão das estimativas de crescimento económico na União Europeia e noutras geografias, a eventual alteração das taxas de juro de mercado pelos bancos centrais e a maior instabilidade geopolítica”, pode ler-se em comunicado.

Nesse sentido, a CMVM recomenda “princípios de ponderação” face a volatilidade do mercado, evitando decisões impulsivas ou decisões “precipitadas desajustadas” aos objetivos de investimento a longo prazo, bem como considerar o risco cibernético. A entidade apelou também à divulgação de toda a potencial informação privilegiada dos efeitos da crise, os seus atuais e espectáveis impactos diretos e indiretos, bem como os efeitos decorrentes das sanções.

A CMVM apelou também ao reforço dos mecanismos de vigilância e resposta a questões de cibersegurança com o potencial de afetar a atividade ou integridade da informação. Adicionalmente, a entidade sublinhou que as entidades supervisionadas devem conhecer e implementar as sanções atualmente em vigor pela Comissão Europeia.

Entre os trabalhos de monitorização da CMVM, a entidade disse estar a acompanhar a evolução dos mercados internacionais e dos seus indicadores de volatilidade e liquidez, nos mercados sujeitos à supervisão da CMVM, bem como a atuação de investidores com estratégias de posições curtas (short selling) sobre ações. A entidade avançou não ter encontrado situações anómalas.

A CMVM identificou ainda uma exposição “no geral, pouco relevante” dos fundos de investimento e carteiras individuais aos países envolvidos no conflito, bem como em exposição indireta via participações em fundos estrangeiros. Apesar disto, a CMVM pediu informação imediata às sociedades gestoras sobre quaisquer alterações neste sentido.

Por fim, a CMVM, contactou ainda diversos auditores de “entidades de interesse público”, sobre a forma como os mesmos estão a considerar os impactos do atual contexto nos seus trabalhos de certificação de contas.

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