Milho mais caro faz subir preço das pipocas nos Cinemas Nos

Diretor dos Cinemas Nos revela que a empresa terá de fazer um "pequeno acerto" no preço das pipocas, por causa do encarecimento do milho e do óleo no mercado. Não se esperam alterações nos bilhetes.

Comprar pipocas à entrada do cinema vai ficar mais caro. Face à subida dos preços do óleo e do milho nas últimas semanas, a Nos – líder de mercado em Portugal – vai ter de passar parte deste aumento para os consumidores, através de um “pequeno acerto” no preço das pipocas, disse ao ECO o diretor dos Cinemas Nos, Nuno Aguiar.

Para já, a empresa afasta qualquer alteração ao nível dos preços dos bilhetes, até porque a estratégia agora é chamar novamente os portugueses ao cinema, depois do choque nas vendas provocada pelos confinamentos da pandemia. Quanto ao bar, “é natural que tenha de haver um pequeno acerto”, explicou o responsável, em entrevista ao ECO.

“Ao nível do preço do bilhete não vejo nenhuma pressão para que se faça algum tipo de alteração, até porque isso depois é contraintuitivo em relação à estratégia de captar as pessoas e, portanto, não faria sentido”, indicou Nuno Aguiar. Quanto aos produtos no bar, esperam-se algumas subidas de preços, em resposta ao encarecimento do milho para pipocas e do óleo, confirmou.

A pressão nesta componente é forte, mas [o aumento do preço das pipocas] será sempre numa perspetiva de ser o mínimo possível para que consigamos aguentar.

Nuno Aguiar

Diretor dos Cinemas Nos

Sem indicar quando será feito o aumento (ou se o mesmo já foi feito), Nuno Aguiar garantiu que o objetivo “nunca é para pesar mais em cima do consumidor”. “É, eventualmente, para conseguirmos compensar, não digo que totalmente, mas pelo menos uma parte daquilo que vai ser o acréscimo de custo que isto está a trazer. Não será assim muito grande. A pressão nesta componente é forte, mas será sempre numa perspetiva de ser o mínimo possível para que consigamos aguentar”, detalhou.

Em 24 de março, comprar um pacote de pipocas doces de tamanho pequeno custava 3,5 euros nos cinemas Nos no centro comercial Amoreiras, em Lisboa, e no Almada Forum. O pacote médio custava 3,7 euros e o grande vendia-se a 4,1 euros. Juntando Coca-Cola ao menu, os preços subiam para 5,5, 6,3 e 7,15 euros, respetivamente, consoante o tamanho. Não foi possível apurar se estes preços já incluem o “acerto” referido pelo gestor.

O milho é apenas um dos cereais cujo preço disparou quando a Rússia invadiu a Ucrânia, dado que os dois países são grandes produtores de cereais e, no caso deste último, de óleo de girassol. A guerra tem puxado pelos preços da maioria das matérias-primas no mercado, bem como pelos preços da energia, dos combustíveis à luz, passando pelo gás natural, exacerbando a já elevada taxa de inflação que castigava, mesmo antes, a carteira das famílias portuguesas.

As subidas têm particular impacto no negócio do cinema, dado que foi fortemente castigado pela pandemia e ainda há um longo caminho de recuperação pela frente. Uma retoma que pode nunca se dar por completo, face ao crescimento bastante significativo do streaming no mesmo período.

Em 2021, a Nos vendeu 3,45 milhões de bilhetes, uma queda superior a 60% face a 2019, antes da Covid-19. A empresa acredita que os números vão voltar e até superar os níveis pré-pandemia no médio prazo.

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