Após duas quedas, Wall Street vê o verde de novo
Wall Street interrompeu o ciclo de perdas e fechou esta quinta-feira com um ganho. Os investidores focaram-se em ações mais defensivas, com resultados estáveis.
Os principais índices norte-americanos recuperaram esta quinta-feira, após duas sessões de quedas e depois de terem iniciado a sessão em baixa. Os investidores focaram em cotadas com dividendos e lucros estáveis, em detrimento de empresas de elevado crescimento, numa atitude de maior conservadorismo perante a mudança da política monetária da Fed.
O Dow Jones subiu 0,25% para os 34.583,57 pontos, o Nasdaq valorizou 0,06% para os 13.897,3 pontos e S&P 500 avançou 0,43% para os 4.500,21 pontos.
As cotadas dos setores do consumo e da saúde lideraram os ganhos nesta sessão. Foi o caso do Costco (retalhista norte-americana) que subiu 4%, da Pfizer que valorizou 4,5% ou de empresas como a Walmart, Merck, UnitedHealth Group e Procter & Gamble que também fecharam em terreno positivo.
No setor tecnológico também houve algumas subidas, mas mais tímidas. O destaque vai para as ações da HP que dispararam 16% depois da Berkshire Hathaway, a empresa de investimento de Warren Buffett, ter revelado que detém uma posição no fabricante de hardware. Já os títulos do Twitter caíram mais de 5% após terem disparado nas sessões anteriores por causa da entrada de Elon Musk no capital e no conselho de administração.
Esta quinta-feira, os investidores ficaram a conhecer os dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos, com mais uma melhoria. Na semana passada, os novos pedidos de subsídio de desemprego caíram para o nível mais baixo em mais de 53 anos, de acordo com os números do Departamento do Trabalho norte-americano.
Os novos pedidos de desemprego baixaram para 166 mil, abaixo dos 200 mil previstos pela Dow Jones e 5.000 abaixo do valor da semana anterior, a qual foi revista em baixa significativamente. Este é o valor mais baixo desde novembro de 1968, o que reflete a força do mercado de trabalho numa altura em que há falta de trabalhadores em certos setores.
Há mais cinco milhões de ofertas de emprego do que trabalhadores disponíveis, uma situação que está a pressionar os salários em alta e a contribuir para a aceleração da inflação nos EUA. Esse tem sido, aliás, o motor dos mercados financeiros nos últimos meses, a par dos impactos da invasão russa na Ucrânia, uma vez que a inflação têm registado valores historicamente elevados.
Essa evolução dos preços está a colocar dificuldades à condução da política monetária nas economias ocidentais, com o perigo de estagflação — um período de baixo crescimento e de elevada inflação — à porta. A Reserva Federal norte-americana deu esta semana mais um sinal de que poderá acelerar a normalização da política monetária, começando a reduzir os ativos (dívida pública principalmente) que comprou durante a última década, além de subir os juros diretores.
Esta quarta-feira as minutas da reunião de março da Fed mostravam que a maioria dos governadores concorda com a redução do balanço para lutar contra a aceleração da inflação, tendo aumentado a preocupação com a generalização do aumento dos preços a toda a economia norte-americana. Estima-se que a posição “neutral” dos juros se situe em cerca de 2,4% (atualmente está nos 0,2%).
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