Bancos discriminam sócios dos sindicatos nas atualizações salariais

  • Lusa
  • 13 Abril 2022

O SNQTB e SIB não chegaram a acordo com os bancos ao contrário de outros sindicatos. Logo os seus associados mantém a tabela salarial e pensões de reforma.

Os sindicatos SNQTB e SIB acusaram esta quarta-feira os bancos de discriminar os trabalhadores seus sócios ao não atualizarem os seus salários. Em causa está o facto de os bancos subscritores do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) do setor financeiro terem chegado a acordo com o Mais Sindicato, Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro (SNB) e Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) para atualizações salariais de 0,5% em 2021. Já o grupo negociador da banca e os sindicatos SNQTB e SIB não chegaram a acordo.

Os bancos já irão processar os salários com atualizações em abril e em maio pagarão os retroativos. Contudo, segundo comunicado do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) e Sindicato Independente da Banca (SIB), os bancos informaram que só o farão “no caso dos trabalhadores sócios desses sindicatos e dos não sindicalizados”.

“Na prática, uma vez que SNQTB e SIB não aceitaram o mau acordo que outros aceitaram, para os seus sócios mantém-se por agora, sem qualquer alteração, a tabela salarial, pensões de reforma, de sobrevivência e cláusulas de expressão pecuniária. Esta é uma prerrogativa de que os bancos dispõem, mas fazemos notar que nada os impedia de atualizar os valores, mesmo sem acordo. Não seria caso inédito na banca”, referem estes sindicatos em comunicado.

Para SNQTB e SIB os bancos “optaram por discriminar os seus trabalhadores sócios” e entendem essa atitude como “um artifício rudimentar para pressionar” a um acordo, mas dizem “não são pressionáveis”. Há duas semanas, Mais Sindicato, SNB e SBC acordaram com os bancos subscritores do ACT atualizações salariais de 0,5% em 2021 e 1,1% em 2022.

Os sindicatos admitiram então, em comunicado, que os valores acordados ficaram “abaixo do que pretendiam”, mas consideraram que, “face à incerteza do futuro, devido à pandemia e à instabilidade provocada pela guerra na Ucrânia, é altura de ser prático e não prolongar por mais tempo as negociações”.

Já SNQTB e SIB, por seu lado, consideraram que estavam esgotadas as negociações com a banca para 2021 na fase de conciliação, uma vez que os bancos mantiveram “a sua inflexibilidade e imobilismo” (os bancos propõem atualizações de 0,4% e estes sindicatos querem 1,4%), e pediram a passagem à fase de mediação (em que um mediador da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho apresenta uma proposta para tentar ultrapassar o impasse).

Para 2022, SNQTB e SIB exigem aumentos de 5,5% e que o valor diário do subsídio de refeição passe a 11 euros.

O grupo negociador da banca, responsável pela revisão do ACT do setor, representa cerca de 20 instituições financeiras que atuam em Portugal, entre eles Santander Totta, Novo Banco e BPI. Já Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Crédito Agrícola e Montepio têm acordos autónomos.

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