Sindicato mantém greves na Portway depois de negociações falharem
A empresa apresentou-se, “com a habitual prepotência napoleónica", apontou o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação, que mantem assim os 21 dias de greve.
O Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação (STAMA) vai manter os 21 dias de greve que marcou na Portway, depois de uma reunião na DGERT ter terminado sem acordo, referiu fonte da estrutura à Lusa.
Num comunicado, o sindicato disse que “no passado dia 21 de abril de 2022, em sede de DGERT [Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho]” a empresa apresentou-se “com a habitual prepotência napoleónica” e que, “felizmente ficou registado por escrito em ata e assinado pelas partes presentes algumas das pérolas que estamos habituados a ouvir de boca em boca”.
O sindicato garantiu que, segundo a ata, “dada a palavra à representante da empresa, esta afirmou não entender as motivações que levaram à convocatória destas três greves e as suas modalidades. Acredita que a conjugação destas três greves permitirá que os trabalhadores adiram à greve não pelos motivos indicados, mas para poderem faltar quando for conveniente”.
Além disso, a estrutura sindical referiu que “confrontada que foi pelo STAMA relativamente à proibição, de depois de rececionado o aviso prévio de greve, contratar pessoas direta ou indiretamente, para suprir falta de pessoas na operação diária, mais uma vez subiu o posicionamento napoleónico que giza toda uma maneira de estar e atuar, e afirmou para o redator – ‘…as contratações que estão a ser efetuadas não visam substituir trabalhadores grevistas, mas sim para fazer face às necessidades sazonais decorrentes da própria operação’”.
“Intentou ainda a representante da empresa, de ‘mansinho’ aludir a uma pretensa negociação sobre o AE [acordo de empresa] de 2020″, sublinhando o STAMA que “por muito respeito” que possa “ter ao clausulado desse AE” não concorda “com o mesmo”, acrescentando que “é bom atender que estas greves agora anunciadas, versam sobre incumprimentos sobre o AE de 2016 e nada mais”.
Contactada pela Lusa, a empresa da handling não respondeu diretamente a estas acusações e remeteu para uma declaração anterior, indicando a Portway que os “argumentos para a paralisação não são sérios porque se invocam questões relativas à evolução de carreira, adaptabilidade ou pagamento de trabalho extraordinário, quando a empresa colocou em cima da mesa das negociações” propostas de “atualização de tabela salarial”, “atualização do valor das diuturnidades” e do “valor dos feriados em escala” e a “suspensão das avaliações e anulação dos seus efeitos”.
“Estas são propostas concretas que melhoram a vida dos trabalhadores da Portway, dentro das possibilidades da empresa, depois de dois anos de fortes prejuízos”, referiu, salientando que “perante isto, não é aceitável uma tomada de posição que paralise a empresa e ameace a sobrevivência da mesma
“A Portway reafirma, uma vez mais, que está disponível para um diálogo social construtivo e empenhado em encontrar soluções, apesar da precária situação financeira em que se encontra”, acrescentando que “é importante que se consiga um consenso com todos os sete sindicatos com representatividade na Portway para que seja possível convergir em soluções que ajudem à recuperação e à estabilidade na empresa”.
O STAMA lançou vários pré-avisos de greve para este ano na Portway, incluindo um de 21 dias de paralisação até ao fim de 2022, segundo um comunicado divulgado a 6 de abril.
Assim, foi apresentado um “aviso prévio de greve total”, referiu a estrutura sindical, para os dias 30 de abril, 14 de maio, 4 de junho, 11, 12, 24 e 25 de junho, 2, 16 e 30 de julho, 6 e 20 de agosto, 3 e 17 de setembro, 1 e 15 de outubro, 05 e 19 de novembro, 4, 23 e 25 de dezembro.
Além destas greves totais e por causa do pagamento do trabalho extraordinário, foi apresentado um “aviso prévio de greve a todo o trabalho extraordinário, incluindo dias feriado, iniciando-se no próximo dia 22 de abril de 2022 com ‘terminus’ a 31 de dezembro de 2022”.
Por outro lado, “a título da adaptabilidade ou elasticidade”, foi apresentado um aviso prévio de greve “a todo o trabalho em regime de adaptabilidade ou elasticidade, incluindo dias feriado, iniciando-se no próximo dia 22 de abril de 2022 com ‘terminus’ a 31 de dezembro”, indicou o STAMA.
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