Wall Street recupera na primeira sessão de maio após fortes quedas em abril
Os três principais índices norte-americanos arrancaram maio com o pé direito, após terem registado fortes quedas em abril.
Wall Street fechou esta segunda-feira em alta, após ter arrancado a sessão em terreno negativo. Depois de abril ter sido de fortes quedas, os três principais índices norte-americanos arrancaram maio com o pé direito, recuperando das perdas. Os analistas dividem-se entre os que antecipam uma recuperação forte ou uma nova queda à vista.
O Dow Jones subiu 0,26% para os 33.063,61 pontos, o Nasdaq valorizou 1,63% para os 12.536,02 pontos e o S&P 500 — que durante a sessão atingiu um novo mínimo de 2022 — somou 0,57% para os 4.155,58 pontos.
Esta foi uma sessão volátil, com os índices a navegar em águas agitadas, primeiro em baixa e depois em alta na reta final da negociação. Esta instabilidade ocorre depois de um mês de fortes quedas: abril foi o mês mais negativo do Nasdaq desde 2008 (crise financeira mundial) e do Dow Jones e S&P 500 desde março de 2020.
O índice tecnológico, que tinha sido dos mais fustigados em abril, liderou os ganhos nesta segunda-feira. A Netflix e a Meta Platforms (Facebook) valorizaram mais de 3%. A Microsoft e a Alphabet (Google) somaram mais de 1% e a Amazon recuperou ligeiramente. Contudo, houve exceções: as ações da Apple caíram na sequência da notícia de que a Comissão Europeia acusou a empresa de abusar da sua posição dominante com o Apple Pay, o que poderá levar a uma multa.
Em declarações à CNBC, o analista da Matrix Asset Advisors, David Katz, considera que o mercado está a preocupar-se em demasia com a desaceleração económica, após o PIB norte-americano ter contraído no primeiro trimestre em cadeia, e que os investidores devem voltar a entrar em jogo nas ações para “buy the dip” (comprar em saldos). Porém, outros analistas consideram que as cotadas vão cair ainda mais, prevendo que esta é uma recuperação de curta duração.
A expectativa dos analistas é que a Fed avance esta quarta-feira com um aumento dos juros diretores de 50 pontos base — uma tendência ascendente que deverá manter-se nas próximas reuniões — para tentar acalmar a taxa de inflação nos EUA. As palavras de Jerome Powell, presidente da Fed, na conferência de imprensa desta reunião serão ouvidas com especial interesse para identificar pistas sobre mais subidas de juros ou sobre a redução do balanço da Fed (ativos, nomeadamente dívida pública, adquiridos nos últimos anos de expansão monetária).
A subida dos juros das obrigações soberanas, o conflito na Ucrânia e as restrições na China relacionadas com a pandemia, as quais têm impacto nas cadeias de valor globais, foram os fatores por detrás do desempenho negativo de Wall Street em abril.
Ainda assim, a época de resultados tem sido melhor do que o esperado com 80,4% das 275 cotadas que já anunciaram lucros a superar as estimativas dos analistas, segundo os dados da Reuters/Refinitiv. Esta semana é a vez de empresas como a Pfizer, Moderna, Starbucks, Advanced Micro Devices e Kellogg apresentarem resultados.
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