Exclusivo Governo vai pagar apoio de 60 euros a mais 280 mil famílias

A ministra Ana Mendes Godinho diz ao ECO que o apoio social para ajudar os mais pobres por causa da inflação será pago na sexta-feira, dia 27, e que o objetivo é “chegar às pessoas mais atingidas”.

O apoio dos 60 euros é uma das medidas de bandeira do Governo para ajudar as famílias mais carenciadas por causa do aumento do preço do cabaz de alimentação provocado pela guerra na Ucrânia. E segundo revela ao ECO a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, este apoio vai abranger muito mais pessoas do que tinha sido anunciado pelo Governo.

Quando a medida foi inicialmente anunciada, só estava previsto serem pagos os 60 euros às famílias que beneficiavam da tarifa social de eletricidade. Foram 762.320 os agregados familiares que receberam o cheque dos 60 euros no passado dia 29 de abril.

Entretanto, quando apresentou o programa de Governo, o primeiro-ministro anunciou que iria alargar o apoio “a todas as famílias titulares de prestações sociais mínimas” e que não tinham acesso à tarifa social de eletricidade: “Ou porque vivem num quarto, ou porque vivem num lar, ou porque vivem em casa de familiares e que não sendo beneficiárias da tarifa social não estavam a beneficiar desta medida de apoio”.

Na proposta do Orçamento do Estado para 2022, o Governo previa assim alargar esse apoio a mais 68 mil famílias. Na semana passada, no final da reunião da Concertação Social, a ministra Ana Mendes Godinho anunciou que afinal eram 200 mil as famílias que iam beneficiar deste apoio social, sem, no entanto, explicar a discrepância de números face à previsão inicial.

Agora, em declarações ao ECO, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social revela que afinal o universo dos vão receber o cheque dos 60 euros é ainda maior: serão “cerca de 280 mil”. Ana Mendes Godinho explica este salto com o “cruzamento de dados dos agregados que não têm tarifa social” e que resultou num número muito maior do que o previsto inicialmente pelo Governo.

Apoio será pago dia 27 de maio

Em declaração ao ECO, Ana Mendes Godinho refere que o “objetivo desta medida é chegar o mais eficazmente possível às pessoas mais atingidas, apoiando as pessoas mais vulneráveis face ao aumento dos preços”.

Com esta revisão em alta dos beneficiários, e considerando os 762.320 que já receberam o apoio em abril, serão 1.042.320 no total a receber o cheque de 60 euros para ajudar a pagar o cabaz mensal de alimentos.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Para o Estado, isto representa uma despesa total superior a 60 milhões de euros. O relatório do Orçamento do Estado para 2022 previa uma verba de 55 milhões.

A outra novidade revelada pela Segurança Social é a data de pagamento dos 60 euros às 280 mil famílias que não têm tarifa social de eletricidade, mas que beneficiam de prestações sociais mínimas. O cheque vai chegar na próxima sexta-feira, dia 27 de maio, revelou a ministra.

Sobre a possibilidade de continuar a pagar este apoio no futuro, — tendo em conta que as previsões não apontam para um aliviar imediato dos preços, — o Ministério da Segurança Social fecha-se em copas.

Na semana passada, em entrevista ao ECO, o ministro das Finanças respondeu o seguinte sobre este tema: “Não está tomada nenhuma decisão nem sobre a repetição, nem sobre a ampliação. Continuaremos a olhar atentos à situação e tomaremos as medidas em cada circunstância”.

Fernando Medida pedia aos deputados que se apressassem a aprovar o Orçamento de Estado para desbloquear o pagamento extra das pensões com retroativos a janeiro. Isto porque, segundo o ministro, “há uma grande sobreposição com os públicos mais vulneráveis que receberam o apoio autónomo dos 60 euros”.

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