Subida de preços leva lucros da Navigator para 50,6 milhões no trimestre

Quebra nos volumes de pasta e papel e aumento dos custos foram mais do que compensados pela subida dos preços. Vendas aumentaram 44%.

Menos quantidades vendidas de pasta e papel mas com preços substancialmente mais altos permitiram à Navigator aumentar em 115% os lucros para 50,6 milhões no primeiro trimestre, apesar do aumento dos custos. As pressões inflacionistas vão continuar a fazer sentir-se na atividade da empresa nos próximos meses.

Assistimos a um agravamento generalizado dos custos das matérias-primas, nomeadamente químicos, da energia e de logística. Os constrangimentos têm-se agravado, e a Navigator está a gerir esta tendência desfavorável com um forte empenho no aumento de eficiência, potenciando a produtividade, moderando o aumento dos custos variáveis via contenção dos consumos, e com um esforço continuado de controlo dos custos fixos”, afirma a empresa no comunicado ao mercado.

As receitas do primeiro trimestre cresceram 44% face ao mesmo período do ano passado e 3,4% em relação aos três meses anteriores. Uma evolução sustentada no aumento dos preços, já que o volume de vendas de pasta baixou 1% em termos homólogos e 9% em cadeia, e o de papel caiu 3% e 17%, respetivamente. Sobretudo este último foi penalizado por constrangimentos logísticos e pela necessidade de reposição de stocks.

O preço médio da pasta (índice PIX BHKP) aumentou 48% em dólares e 58% em euros face ao primeiro trimestre do ano passado, e 1% em dólares e 3% em euros face ao quarto trimestre”. No papel, registou-se uma subida de 28% e 15%.

“A dinâmica do mercado de papel foi muito condicionada pela redução da capacidade na Europa e Estados Unidos e pela redução da oferta nos mercados do Médio Oriente e África”, num período em que a procura por papel de impressão e escrita cresceu 0,6% (até fevereiro), explica a empresa.

No tissue, o volume de vendas caiu 4% face ao trimestre homólogo e 6% em relação ao anterior. Mais uma vez a evolução dos preços impulsionou o valor das vendas, com um crescimento de 17% face ao primeiro trimestre de 2021 e de 5% face ao último trimestre. Ainda assim, a margem do negócio sofreu uma redução expressiva devido ao aumento dos encargos. Nas embalagens, a empresa atingiu vendas de 21 milhões, “cerca de metade da faturação de todo o ano de 2021”.

O aumento dos custos foi uma marca do trimestre, com a fatura da produção a crescer 39 milhões e a de logística 12 milhões, com a Navigator a sublinhar que “os constrangimentos logísticos mantêm-se e estão a afetar de forma transversal a economia”. A política de cobertura de risco na aquisição de energia e o aumento da produção própria, contiveram o crescimento dos encargos nesta frente. “Os custos fixos totais acabaram por situar-se 22% acima dos custos fixos do período homólogo, valor essencialmente explicado pela rubrica de custos com pessoal e com o aumento de custos de funcionamento inerentes ao aumento de atividade pós pandemia”, explica a empresa.

O crescimento robusto das vendas permitiu que os lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentasse 72,3% face ao período homólogo e 11,8% em cadeia para 121,6 milhões. A margem EBITDA atingiu os 25%.

Os lucros saltaram 115,2% para os 50,6 milhões em relação aos primeiros três meses do ano passado, mas caíram 11,5% face aos 57,2 milhões conseguidos entre outubro e dezembro. A dívida líquida da Navigator diminuiu 105,7 milhões de euros para 517,9 milhões ou 1,28 vezes o EBITDA.

Olhando para a frente, a empresa liderada por António Redondo sublinha que “a evolução de custos continua a ser uma das principais preocupações. Durante o primeiro trimestre a Navigator ainda beneficiou de contratos em que a fixação de preços foi realizada em 2021, pelo que as pressões inflacionistas continuarão a fazer sentir-se na atividade da empresa”.

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