Bain vai ter centro de ciência de dados e inteligência artificial em Lisboa

A consultora norte-americana pretende contratar até 40 consultores nos próximos 18 meses e vai abrir um centro especializado em "advanced analytics" para apoiar a àrea de "private equity".

A Bain & Company conta, desde março, com um escritório em Lisboa. O espaço foi alugado por apenas dois anos, porque entretanto irá tornar-se demasiado pequeno. Os planos da empresa norte-americana para Portugal passam pela contratação de 40 colaboradores nos próximos 18 meses, número que deverá crescer nos anos seguintes, e pela criação de um centro de advanced analytics para apoiar a área de consultoria em private equity.

Os planos da Bain foram partilhados num encontro com jornalistas que decorreu esta quarta-feira, nas instalações da empresa. No escritório estão, para já, João Soares, sócio e responsável pela transformação do setor bancário para a região da EMEA, Álvaro Pires, o sócio que lidera a área de private equity na Península Ibérica e Carla Albuquerque, sócia das áreas de serviços financeiros e inovação digital.

São a equipa fundadora de uma presença que vai crescer nos próximos anos. Nos planos da Bain está a contratação de 30 a 40 consultores até ao final de 2023, um número que poderá aumentar de forma significativa nos anos seguintes. O processo de recrutamento já está em curso e os responsáveis afirmam que a reputação da empresa, considerada pela Glassdoor como uma das melhores do mundo para trabalhar, está a levar a uma “enxurrada” de interessados.

Lisboa terá também um centro especializado em advanced analytics, que aplicará a ciência de dados e a inteligência artificial à análise de operações de private equity para os clientes globais da Bain. O desenvolvimento deste centro será feito através de contratações, parcerias ou mesmo aquisições de outras empresas.

Outra área que será desenvolvida em Portugal é a de ESG (sigla inglesa para Ambiental, Social e Governance). A aposta da Bain na consultoria em sustentabilidade foi reforçada com a aquisição da EcoVadis, que atribui ratings ESG, e a recente parceria com a Persefoni.

A abertura de um escritório em Lisboa chegou a ser equacionada há cerca de 20 anos, mas acabou por não acontecer. Avançou agora, com a ajuda da pandemia. Os clientes já não exigem a presença local e os serviços de consultoria podem ser prestados a partir de qualquer parte do mundo. Além disso, vários “Bainees” portugueses passaram a trabalhar a partir do país. Abrir um escritório era o próximo passo lógico.

A outra parcela fundamental nesta equação é o acesso às competências que existem no país. O objetivo da Bain é criar uma base de talento em Portugal que estará a fazer consultoria ou a analisar operações de private equity a nível mundial. A empresa diz participar em metade das grandes operações que são realizadas anualmente. Por outro lado, a presença reforçada permitirá também trazer a visão do que está a ser feito globalmente pelos líderes nos diferentes setores.

A Bain trabalha com clientes portugueses há cerca de 20 anos, em diversos setores, com destaque para os serviços financeiros, energia, pasta e papel, telecomunicações, bens de grande consumo ou retalho. Logoplaste e Sapec são exemplos de transações em que a empresa norte-americana esteve envolvida em Portugal nos últimos anos.

A consultora com sede em Boston emprega atualmente 15 mil colaboradores em 64 escritórios espalhados por 39 países. À volta de 50 são portugueses, dos quais cerca de 12 são sócios, num universo de 1.200 em todo o mundo. A Bain & Capital tem vindo a somar novos serviços em diversas áreas, seja crescendo de forma orgânica ou por aquisições. A empresa anunciou na terça-feira a compra de uma participação na britânica Proxima, especializada em cadeias logísticas.

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