Líder de gestora do Deutsche Bank demite-se após investigação a investimentos “verdes”

  • Joana Abrantes Gomes
  • 1 Junho 2022

Asoka Woehrmann mantém-se em funções até 9 de junho. Demissão acontece um dia após novas buscas na sede da DWS por alegado branqueamento de investimento sustentável para gerir investimentos.

O presidente executivo da gestora de ativos alemã DWS, Asoka Woehrmann, renunciou esta quarta-feira ao cargo, um dia após a sede da DWS e do seu proprietário maioritário, Deutsche Bank, em Frankfurt, terem sido alvo de buscas policiais por alegações de que a empresa enganou investidores sobre investimentos “verdes”.

Estes acontecimentos representam um novo revés para o Deutsche Bank, que nos últimos meses foi multado em milhares de milhões de euros por infrações como branqueamento de capitais e falsificações de títulos. Agora, a investigação recai nas alegações de uma denunciante de que a DWS exagerou na forma como utilizou critérios de investimento sustentável na gestão de investimentos – uma prática conhecida como greenwashing e que a DWS tem negado repetidamente.

Asoka Woehrmann continuará em funções até dia 9 de junho, altura em que tem lugar a próxima assembleia geral de acionistas, sendo depois substituído por Stefan Hoops, que até agora desempenhava funções de responsável de banca corporativa no Deutsche Bank, anunciou a gestora.

No comunicado em que o Deutsche Bank anuncia a demissão do ainda CEO da DWS, citado pela Reuters, Asoka Woehrmann fala, por um lado, do seu trabalho “em benefício” da gestora de ativos, mas que “as acusações formuladas (…), por mais infundadas ou indefensáveis que fossem, converteram-se num peso para a empresa”, bem como para ele e a sua família.

Reagindo ao anúncio, a denunciante envolvida na investigação disse que a demissão de Woehrmann é positiva, mas que a DWS não foi suficientemente longe. Não se trata apenas de mudar um homem“, disse a advogada Desiree Fixler. “Há greenwashing, e há o disfarce. É uma enorme questão cultural no Deutsche Bank”, acrescentou.

Após as buscas realizadas na terça-feira, os procuradores alemães disseram que “surgiram provas factuais suficientes” para mostrar que os fatores ambientais, sociais e de governança (conhecidos como indicadores ESG) foram tidos em conta numa minoria de investimentos, “mas não foram de todo tidos em conta num grande número de investimentos”, ao contrário das declarações nos prospetos de venda de fundos do DWS.

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