Importação de energia elétrica atinge valor mais alto de sempre até maio

A produção renovável abasteceu praticamente metade do consumo de energia elétrica em Portugal entre janeiro e maio, enquanto o gás natural pesou 30%.

A importação de energia elétrica, nos primeiros cinco meses do ano, atingiu o valor mais elevado de sempre já registado no sistema elétrico nacional, avança a REN.

O anterior recorde para o mesmo período data de 2008, e cifrava-se nos 4203 gigawatts-hora (GWh). Este ano, o valor ascendeu a 4402 GWh. Isto verificou-se num contexto em que apenas a energia solar superou a média histórica de produtibilidade entre janeiro e maio. Assumindo uma média histórica igual a 1, a energia solar conseguiu registar 1,06, mas a energia hidroelétrica ficou-se pelos 0,35 e a eólica pelos 0,95.

“Apesar do muito reduzido valor de hidraulicidade, a produção renovável abasteceu 49% do consumo de energia elétrica entre janeiro e maio, repartida pela eólica com 26%, hidroelétrica com 12%, biomassa com 7% e fotovoltaica com 5%”, ressalva a REN. Já a produção a gás natural abasteceu 30% do consumo, com os restantes 21% a corresponderem ao saldo importador.

No acumulado do ano, o consumo de energia elétrica cresceu 2,7%, ou 3% se considerada uma correção da temperatura e dias úteis. Em maio, o consumo de energia elétrica manteve a tendência de crescimento dos últimos meses, registando uma variação mensal homóloga de 2,9%, ou de 1,9%, com a mesma correção.

Ainda neste período, o regime hidroelétrico manteve-se seco, com um índice de 0,42 (média histórica igual a 1), tendo o regime eólico, também, apresentado um valor abaixo da média histórica (0,88). Apenas o regime fotovoltaico ficou acima dos valores médios, registando 1,05 (média histórica igual a 1). Ainda em maio, a produção renovável abasteceu 45% do consumo, a não renovável 33%, enquanto os restantes 22% corresponderam a energia importada.

Gás mais chamado para produzir eletricidade

No mercado de gás natural, registou-se em maio um crescimento de 3,2%. Apesar de se notar uma quebra de 22% no mercado convencional deste gás, esta foi compensada pela subida no segmento de produção de energia elétrica, que registou um aumento homólogo de cerca de 70%, conta a REN.

O abastecimento de gás natural foi efetuado integralmente a partir do terminal de GNL de Sines. Tal como foi noticiado pelos meios de comunicação, a este terminal, desde que começou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, já chegaram dois navios russos com fornecimentos de gás. O primeiro atracou em março, com 40,9 toneladas, menos de metade do gás russo que chegou a Portugal nesse mês, de acordo com o Público. O navio veio pela “mão” da espanhola Naturgy. Na plataforma de dados da REN, o REN Datahub, está registada a chegada de um navio com 1081 gigawatts hora de GNL russo. O segundo chegou no início de maio e, segundo a REN, trouxe 1092 gigawatts hora.

No período de janeiro a maio, o consumo acumulado anual de gás natural esteve praticamente em linha com o verificado no mesmo período do ano anterior, registando um crescimento global de 0,2%, resultado de uma quebra de 23% no segmento convencional e de um crescimento de 67% no segmento de produção de energia elétrica.

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