PRR pode ajudar ao regresso de emigrantes da área da saúde, diz Marcelo
Marcelo sublinhou que o investimento no SNS é uma das prioridades já anunciadas pela Governo, o Chefe de Estado acrescentou que "foram anunciadas para coincidir numa parte com o PRR.
O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) constitui uma oportunidade para os profissionais de saúde mas é preciso “realismo” sobre as expectativas de regresso de emigrantes qualificados a Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa falava no final de uma vista ao Royal Brompton Hospital de Londres, onde trabalham 116 enfermeiros e médicos portugueses, tendo ao lado o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e o secretário de Estado da Cooperação e das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafofo.
Justificando que o investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é uma das prioridades já anunciadas pela Governo, o Chefe de Estado acrescentou que “foram anunciadas para coincidir numa parte com o PRR. Isso está assumido como um compromisso. Os seus efeitos vão ser sentidos nos próximos anos. Desta vez, com verbas que, por causa da pandemia [da covid-19] são afetadas especificamente a reestruturação do SNS, estamos perante uma ocasião importante”, sustentou.
Para o Presidente da República, a grande maioria dos enfermeiros e dos médicos que contactou naquele hospital londrino irá regressar a prazo a Portugal.
A seguir, confrontado com as diferenças salariais existentes entre os profissionais de saúde no Reino Unido e em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa advogou que, por razões de carência no Reino Unido, o nível salarial – até porque o custo de vida é diferente – era à partida (e hoje ainda) é muito superior ao praticado em Portugal e em outros países europeus”.
“Temos de ter a noção realista de que há países com um nível de vida muito mais elevado, com um custo de vida também mais elevado. E, portanto, em certos momentos da vida, as oportunidades são superiores àquelas que existem em Portugal”, respondeu.
De acordo com o chefe de Estado, “se a guerra e a crise não alterarem os planos, há recursos para reestruturar a saúde. Recursos como nunca houve no passado e como não haverá no futuro”.
“Daí poder acreditar-se que há aqui, como dizem os tecnocratas, uma janela de oportunidade que deve ser aproveitada”, completou.
Sobre o conjunto de incentivos (sobretudo fiscais) do Governo para que os emigrantes, principalmente jovens, regressem a Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa frisou a ideia de que esses incentivos “são importantes em certas áreas”.
“Mas temos de ser realistas: Estamos a viver um período muito difícil em todo o mundo, em toda a Europa, após dois anos de pandemia e agora com os efeitos da guerra” na Ucrânia, insistiu.
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