TAP recusa plenário a pilotos que iria afetar 120 voos

"A realização de uma assembleia plenária de pilotos nos termos pretendidos pela Comissão Sindical do SPAC seria apta a causar um dano insuportável na empresa", afirma a transportadora.

A comissão executiva da TAP recusou a realização de um plenário convocado pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) para a próxima sexta-feira de manhã, alegando que a reunião não cumpre os preceitos legais e terá um impacto em cerca de 120 voos.

O SPAC enviou na quarta-feira uma convocatória para uma reunião de Pilotos da TAP para o próximo dia 24 de junho, com início às 7h30 e fim previsto para as 10h30, a ter lugar no interior do refeitório da companhia aérea. “Estima-se que estejam presentes em tal reunião cerca de 400 pilotos”, diz a mensagem a que o ECO teve acesso.

A administração da transportadora aérea negou esta quarta-feira a realização do plenário, numa resposta à comissão sindical do SPAC: “Em face de todo o exposto, cumpre-nos informar que a TAP recusa, para todos os efeitos legais, a realização da reunião de trabalhadores, nos termos indicados na vossa comunicação”.

A companhia argumenta que “a realização de uma assembleia plenária de pilotos nos termos pretendidos pela Comissão Sindical do SPAC e nas atuais circunstâncias seria apta a causar um dano insuportável na empresa e na imagem do país, num contexto de progressiva, mas ainda frágil, recuperação da TAP, cuja sobrevivência está dependente dos auxílios de estado que pressupõem um escrupuloso cumprimento do plano de reestruturação”.

Segundo contas da comissão executiva, a reunião iria “comprometer toda a operação durante um múltiplo desse período, com impacto potencial em cerca de 120 voos já programados e afetando cerca de 20.000 passageiros“.

A TAP alega ainda que não foi apresentada uma proposta que vise assegurar o funcionamento dos serviços de natureza urgente e essencial da empresa, “um requisito reforçado em empresas que operam em setores vocacionados à satisfação de necessidades sociais impreteríveis”, como é o caso da transportadora aérea.

“As reuniões plenárias não visam, nem podem ser utilizadas, para infligir danos ou prejuízos à TAP, cujo funcionamento e sustentabilidade devem ser preservados”, vinca a companhia.

O clima de tensão entre os pilotos e a TAP tem crescido nos últimos dias depois de a administração da companhia ter decidido alterações unilaterais à remuneração, que incluem uma redução de 10% no corte aplicado aos pilotos, inferior ao pretendido por estes.

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