Euro a caminho da pior semana em quatro meses

Paridade com o dólar começa a ganhar cada vez mais forma. Moeda única volta a ceder terreno esta sexta-feira.

Em mínimos de duas décadas, o euro continua a perder terreno e vai a caminho da pior semana em quatro meses, com a paridade contra o dólar a ganhar cada vez mais forma.

A moeda única cai 0,39% para 1,0119 dólares, já depois de ter renovado mínimos desde 2002 nos 1,0072 dólares durante esta manhã. O euro desvaloriza mais de 3% em relação à nota verde esta semana, o pior desempenho semanal em quatro meses, com os investidores a pressionarem a divisa europeia mediante os receios de uma recessão económica na região por conta dos altos preços da energia.

“A subida dos preços do gás na União Europeia e os sinais de racionamento na Alemanha sublinham os riscos existenciais para a economia da Zona Euro”, referiu Jeremy Stretch, analista da CIBC, citado pela agência Reuters, considerando que a paridade com o dólar “é cada vez mais provável”.

Os investidores estão a apostar na queda do euro e os analistas falam em “tempestade perfeita” que se abate sobre a moeda única. A ameaça de recessão parece dar menor margem ao Banco Central Europeu (BCE) para subir as taxas de juro e acompanhar os aumentos promovidos pela Reserva Federal americana para travar a escalada da inflação. Juros mais altos tendem a valorizar a moeda. Por outro lado, o atual cenário aumentou os riscos de uma fragmentação da Zona Euro, com Itália a ser o principal alvo da desconfiança dos mercados.

Paridade à vista

Fonte: Reuters

Do lado americano, embora os investidores também manifestem dúvidas em relação ao desempenho da economia, os últimos dados têm sido positivos e saído acima do esperado. O Departamento do Trabalho divulga esta sexta-feira números sobre o mercado de trabalho na maior economia do mundo. Os economistas esperam que tenham sido criados 268 mil empregos em junho.

Na semana passada, o presidente da Fed, Jerome Powell, disse em Sintra que a economia está “bem posicionada” para absorver o impacto das subidas das taxas nos EUA. Por isso, se os dados do emprego forem positivos, poderá aliviar os receios quanto a uma recessão e dar força às expectativas de um banco central mais agressivo para conter os preços. Nesse caso, o dólar ganharia ainda mais força contra as outras moedas.

O iene japonês também ganha terreno esta sexta, após o antigo primeiro-ministro Shinzo Abe ter sido assassinado com tiro enquanto discursava num comício. A divisa nipónica subia 0,2% para 135,81 por dólar.

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