Norma IFRS 17 custará ao setor mais de 17 mil milhões de euros
O setor procura adaptar-se a tempo ao novo padrão contabilístico, mas as mudanças são significativas e os custos elevados.
As seguradoras globais apontam que ainda há muito a ser feito para poderem aplicar em tempo útil o padrão de contabilidade financeira IFRS 17 previsto para 2023.
Embora se registem progressos significativos desde o último ano na aplicação da norma, o que obriga à introdução de processos mais simplificados para cumprir prazos, a consultora WTW estima que a aplicação da nova contabilidade pelo setor dos seguros custará entre 18 e 24 mil milhões de dólares (entre 17 e 22,6 milhões de euros).
A norma internacional IFRS 17 define novos princípios contabilísticos aplicáveis aos contratos de seguro. Os modelos de mensuração adotados pela norma traduzem-se numa alteração estrutural muito significativa na forma como os contratos de seguro são contabilizados, obrigando a um elevado nível de integração entre as funções financeira, atuarial e de gestão de risco. Obriga, por exemplo, a refletir, em tempo útil, a informação adequada sobre os riscos em gestão.
A diretora da WTW ICT na Espanha, Rosa Salas, considera que os próximos meses “serão cruciais para que o setor complete os programas IFRS 17 a tempo”.
O último relatório da consultora revela que apenas 40% das 26 multinacionais contactadas e 20% das restantes 244 esperam entregar programas totalmente preparados a tempo. Estima, por outro lado, que mais de 10 mil pessoas serão necessárias para aplicar o IFRS 17 nos próximos dois a três anos e a maioria das entidades inquiridas esperam aumentar o quadro de funcionários para realizar processos de avaliação de acordo com a nova norma. Muitos encaram, no entanto, a transformação e harmonização dos processos recorrendo à automação.
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