“Trajetória ascendente” dos preços continou em junho

Índice de preços na produção da indústria transformadora subiu 25,7% em junho, registando o crescimento mais elevado da atual série.

Na síntese económica de conjuntura de junho, divulgada esta terça-feira, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) continua a ver uma “trajetória ascendente” dos preços no produtor e no consumidor. O índice de preços na produção da indústria transformadora subiu 25,7% em junho face ao mesmo mês de 2021, registando o crescimento mais elevado da atual série.

Os dados conhecidos esta terça-feira indicam que, excluindo a componente energética, o índice de preços na produção da indústria transformadora aumentou 16,3% em junho face ao mesmo mês de 2021, apresentando também o crescimento mais elevado da atual série.

Em relação à taxa de inflação, o INE recorda que a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 8,7% em junho, o nível mais elevado desde dezembro de 1992. O indicador de inflação subjacente (IPC total excluindo bens energéticos e alimentares não transformados) registou uma variação homóloga de 6% em junho, contra 5,6% em maio e a mais elevada desde junho de 1994.

“Refletindo em grande medida este aumento de preços, os indicadores de curto prazo da atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis até maio de 2022, continuaram a revelar crescimentos elevados em termos nominais, acelerando face ao mês anterior”, afirma o INE.

Na indústria, o índice de volume de negócios aumentou 29% em maio (contra 19,7% em abril). “Note-se que maio teve mais um dia útil que o mês homólogo, enquanto abril teve menos dois, o que poderá ter contribuído para a aceleração observada nos indicadores não corrigidos de dias úteis”.

Na vertente externa, o aumento mais expressivo dos preços implícitos das importações de bens comparativamente às exportações (variações de 24,3% e 17,2%, respetivamente) traduz perdas dos termos de troca, que se têm agravado nos últimos meses devido sobretudo aos preços dos bens energéticos, contribuindo para a deterioração do saldo externo de bens.

A taxa de desemprego (16 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, foi 6,1% em maio, 0,2 pontos percentuais (p.p.) acima dos valores registados nos dois meses anteriores (5,8% em fevereiro e 6,9% em maio de 2021). A taxa de subutilização do trabalho (16 a 74 anos) situou-se em 11,5%, mais 0,1 p.p. que o valor observado no mês anterior (12,7% em maio de 2021).

A população empregada (16 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, diminuiu 0,7% face ao mês anterior e aumentou 1,3% em termos homólogos (variação homóloga de 3,4% em abril).

Em junho, o preço do petróleo voltou a aumentar, atingindo um novo máximo da série (iniciada em 1995) de 116,1 euros por barril, valor 8,4% superior ao do mês anterior e 91,2% superior ao do período homólogo de 2021. Considerando a informação disponível para julho, o brent suspendeu o movimento ascendente dos últimos meses, registando um valor médio de 110,3 euros nos primeiros 14 dias, uma diminuição de 5% face ao valor médio de junho.

(Notícia atualizada às 12h03 com mais informação)

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