Bolsa de Milão cai mais de 2% e juros disparam com pedido de demissão de Draghi

Itália volta a concentrar as preocupações dos investidores. Mario Draghi apresentou novamente a demissão. Bolsa de Milão cai mais de 2%, com bancos sob pressão. E os juros italianos disparam.

A bolsa de Milão está a cair mais de 2%, com o setor da banca sob forte pressão, enquanto os juros da dívida italiana disparam, refletindo o nervosismo dos investidores na sequência do novo pedido de demissão de Mario Draghi na manhã desta quinta-feira.

Depois de ter iniciado o dia a cair, o FTSE-MIB, o principal índice italiano, agrava as perdas para 2,33%, pouco depois de Draghi ter saído do encontro com o Presidente italiano, que vai deixar o primeiro-ministro a “tratar de assuntos correntes”.

As ações do setor da banca afundam neste clima de incerteza: o Unicredit cai 7,5% para 8,33 euros, o Banco BPM perde 6,5% para 2,29 euros e o Intesa Sanpaolo recua mais de 5% para 1,60 euros.

Por outro lado, a yield associada às obrigações italianas a dez anos dispara quase 20 pontos base para 3,688%, o valor mais elevado do último mês. E isto no dia em que o Banco Central Europeu (BCE) vai apresentar a nova ferramenta anticrise que visa conter a especulação dos investidores em torno da dívida dos países mais endividados, como… Itália.

“É um grande golpe para a capacidade da Itália de realizar políticas e reformas no curto prazo”, referiu Lorenzo Codogno, analista da LC Macro Advisers e ex-funcionário do Tesouro italiano, citado pela agência Reuters. “Haverá atrasos e interrupções com eleições antecipadas e, provavelmente, não haverá orçamento até o final do ano”, acrescentou.

Fontes citadas pelas agências internacionais adiantaram que o Presidente Sergio Mattarella deverá dissolver o parlamento e avançar para eleições antecipadas em outubro.

Com a situação de impasse em Itália, crescem as expectativas em relação ao que o BCE irá anunciar esta quinta-feira. Vem aí a primeira subida das taxas de juro em mais de uma década para controlar a escalada da inflação, estando em cima da mesa um aumento de 25 ou 50 pontos base. Além disso, haverá novidades em relação à chamada “ferramenta antifragmentação” que o BCE disse que ia apresentar no sentido de conter um agravamento dos juros da dívida dos países da periferia.

Neste cenário, as bolsas europeias estão a negociar em baixa ligeira, com Milão a ser a única exceção. O Stoxx 600 cai 0,40%. Também Madrid e Paris cedem 0,2% e 0,4%. O PSI também acusa a pressão e perde 0,81% para 5.892,44 pontos, com BCP e Galp a caírem mais de 3%. A taxa das obrigações portuguesas a dez anos sobe oito pontos base para 2,483%.

(Notícia atualizada às 10h03)

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