Ásia e Europa disputam abastecimento de reservas de gás para o inverno
Analistas consultados pelo 'FT' alertam que o Japão e a Coreia do Sul estão a abastecer as suas reservas "mais cedo do que o habitual".
A Europa e a Ásia estão numa disputa para assegurar reservas de gás natural liquefeito para o inverno. De acordo com a notícia avançada pelo Financial Times (FT), esta sexta-feira, o Japão e a Coreia do Sul começaram a abastecer as suas reservas “mais cedo do que o habitual”, algo que poderá influenciar os preços mais tarde.
A corrida ao gás acontece numa altura em que o bloco europeu aumenta as importações de GNL na sequência dos fluxos reduzidos enviados pela Rússia através do principal gasoduto que liga a Rússia à Alemanha, o Nord Stream. Com receio de pagar gás mais caro, o Japão e a Coreia do Sul entraram em jogo para assegurar reservas para os últimos meses deste ano e para janeiro de 2023. Estes dois países surgem atrás da China no pódio dos maiores importadores de gás natural liquefeito do mundo, em segundo e terceiro lugar, respetivamente.
Analistas consultados pelo FT alertam que esta corrida ao abastecimento do gás acontece “mais cedo do que o habitual” e que irá encarecer as tabelas de preços para os compradores que vierem mais tarde. Esses, dizem os especialistas, é que irão pagar os custos desta “guerra” pelo GNL, numa altura em que a Rússia não envia gás suficiente para abastecer o continente europeu. De acordo com a Energy Information Administration, nos primeiros quatro meses do ano, o gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos terá contribuído com mais fornecimento de gás para a Europa do que o gás da Rússia. Durante aquele período, o país exportou 74% de seu GNL para a Europa, em comparação com uma média anual de 34% no ano passado.
Segundo o jornal britânico, como os preços na Europa estão substancialmente mais altos face aos do mercado de referência do gás natural asiático, os comercializadores preferem rescindir contratos de longo prazo com entidades asiáticas e suportar as indemnizações para revendê-los, mais tarde, com lucro no Velho Continente.
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