Portugal quer reforçar interligações “o mais rapidamente possível”, diz ministro do Ambiente
Duarte Cordeiro lembrou que o gasoduto, como sugerido pelo chanceler alemão, carece de financiamento europeu, send necessário ser reconhecimento o seu “caráter estratégico”.
O Governo quer reforçar as interligações do país “o mais rapidamente possível”, após o chanceler alemão ter-se mostrado a favor da construção de um gasoduto desde Portugal, afirmou à Lusa o ministro do Ambiente e da Ação Climática. “Aquilo que é a vontade de Portugal é reforçar as interligações o mais rapidamente possível, avançar com estes projetos para nos afirmarmos e podermos ter um contributo superior naquilo que é o fornecimento de gás natural e, de hoje para amanhã, de hidrogénio verde, a nível europeu”, afirmou Duarte Cordeiro, em declarações à Lusa.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, manifestou-se esta quinta a favor de um gasoduto que transporte gás a partir de Portugal, através de Espanha e França para o resto da Europa, para reduzir a atual dependência de gás russo. Duarte Cordeiro considerou que estas declarações são “muito importantes” para o objetivo que Portugal tem há vários anos – criar uma terceira interligação energética entre Portugal e Espanha e reforçar as interligações entre a Península Ibérica e o resto da Europa.
Para o governante, esta terceira interligação vai posicionar Portugal “como uma opção para o resto da Europa”, tanto a nível do gás natural como, no futuro, do hidrogénio verde. Assim, referiu ainda fazer todo o sentido planear a construção deste gasoduto tendo em conta a possibilidade de adequação para o hidrogénio verde.
O titular da pasta do Ambiente lembrou que o projeto carece de financiamento europeu, sendo, por isso, necessário ter reconhecimento do “caráter estratégico” do mesmo. “Temos trabalhado no sentido de, uma vez tendo luz verde, podermos arrancar a toda a força”, assegurou.
Até à construção do gasoduto, o Porto de Sines mantém-se como uma oportunidade, tendo o Governo como objetivo afirmar o seu potencial de exportação para os países que necessitam de gás natural. “Temos posicionado o Porto de Sines para ser essa solução a nível europeu. Estamos a preparar os investimentos necessários para aumentar a sua capacidade”, concluiu.
Em conferência de imprensa, Olaf Scholz lamentou ainda não tenha sido construído um gasoduto a partir de Portugal, uma vez que agora permitiria dar uma “contribuição maciça” para o abastecimento no norte da Europa, devido à crise energética que surgiu após a guerra na Ucrânia.
O chanceler, citado pela agência Efe, acrescentou que falou com os seus colegas de Portugal, Espanha e França e com a presidente da Comissão Europeia para impulsionar esse projeto, já que a existência de ligações com o norte de África ajudaria a diversificar o fornecimento.
Por sua vez, o primeiro-ministro, António Costa, garantiu que a Alemanha pode contar a “100% com o empenho de Portugal” para a construção do gasoduto. “Hoje para o gás natural, amanhã para o hidrogénio verde”, escreveu António Costa, numa publicação na sua conta na rede social Twitter.
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