UNITA diz que há provas de que é necessário corrigir mandatos nas eleições
“Há provas de que é necessário corrigir mandatos, mas não terminámos a contagem", afirmou Adalberto da Costa Júnior à saída do funeral do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos.
O presidente da UNITA afirmou hoje que “há provas de que é necessário corrigir mandatos”, garantindo que qualquer posição do partido relativamente ao resultado das eleições angolanas será formalmente provada.
“Há provas de que é necessário corrigir mandatos, mas não terminámos a contagem. Nesta matéria temos de estar tranquilos, não devemos tomar posições em nada que não seja provado. Tudo o que viermos a fazer será formalmente provado, esperamos o mesmo das instituições e do MPLA”, disse Adalberto Costa Júnior aos jornalistas, à saída do funeral do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, hoje em Luanda.
Segundo o líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), foram formalizadas nas comissões provinciais eleitorais reclamações nos casos em que “os resultados não estão conforme” “Penso que é em função disso que ontem o porta-voz da CNE afirmou que iriam rever os mandatos”, continuou.
No sábado, o porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) declarou ao jornalista que estavam a ser analisados os relatórios sobre votos reclamados ao nível das comissões provinciais eleitorais e só depois de todas as informações haveria resultados definitivos.
“É sempre possível que, em função da magnitude do número de votos reclamados possam ocorrer algumas alterações”, salientou.
A UNITA contestou na sexta-feira uma possível vitória do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e está a desenvolver uma contagem de votos paralela, com base nas atas síntese provenientes das 18 províncias do país.
“Estamos a trabalhar com atas da CNE, a CNE pode recusar eventualmente a revisão dos mandatos, mas não me parece que o vá fazer”, frisou o líder da UNITA, assinalando que o porta-voz da CNE afirmou que iriam verificar e assumir eventual correção dos mandatos.
“Os dados que nós temos atribuem-nos muito mais mandatos e esses obviamente vão ser retirados ao MPLA, a nossa cotagem não terminou”, sublinhou, lembrando que os dados conhecidos até agora são os dados da CNE. “Estamos tranquilos, a fazer o que temos de fazer e só podemos esperar que seja escrupulosamente respeitado o voto depositado nas urnas”, salientou o dirigente.
Adalberto Costa Júnior afirmou ainda que se vai conformar com os resultados das atas. “A partir da altura em que aceitamos participar no jogo vamos ter de nos conformar com o que as atas nos indicarem, vamos ter de cingir-nos aos resultados que as atas nos conferirem”, garantiu.
Segundo dados divulgados pela CNE, quando estavam escrutinados 97,03% dos votos das eleições realizadas na passada quarta-feira, o MPLA, no poder desde 1975, obteve 3.162.801 votos, menos um milhão de boletins escrutinados do que em 2017, quando obteve 4.115.302 votos.
Já a UNITA registou uma grande subida, elegendo deputados em 17 das 18 províncias e obtendo uma vitória histórica em Luanda, a maior província do país, conseguindo até ao momento 2.727.885 votos, enquanto em 2017 obteve 1.800.860 boletins favoráveis.
No entanto, o líder da UNITA contestou na sexta-feira a vitória do MPLA e pediu uma comissão internacional para comparar as atas eleitorais na posse do partido com as da CNE.
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