Advertio capta investimento de 5 milhões e contrata mais 50 até final de 2023

Tecnológica portuguesa que ajuda pequenas empresas a fazerem negócios na internet vai mudar de nome e assume que teve "imensa sorte" na hora de levantar capital.

A Advertio nasceu em 2016 para ajudar os pequenos negócios a vingarem na internet. A plataforma portuguesa ajuda as micro e pequenas empresas a colocarem anúncios no Google e nas redes sociais Facebook e Instagram. Seis anos depois, a tecnológica captou uma ronda de investimento de cinco milhões de euros. A injeção de capital vai servir para recrutar mais 50 trabalhadores até ao final de 2023 e mudar de nome: passará a chamar-se Leadzai.

A ronda de investimento foi liderada pelos portugueses da Lince Capital e também contou com a participação da sociedade de capital de risco do Estado (Portugal Ventures), da Olisipo Way e do executivo Luís Baptista-Coelho.

“A Leadzai apresenta um forte potencial quer ao nível do seu produto, que está em constante desenvolvimento, como da sua equipa de gestão”, destaca Tomás Lavin Peixe, sócio da Lince Capital.

“Se tudo correr bem, o objetivo do investimento é duplicar a equipa“: serão contratadas 15 pessoas até final deste ano; as restantes 35 irão chegar ao longo de 2023, detalha à Pessoas/ECO o fundador e líder da tecnológica portuguesa, João de Sousa Aroso.

O fundador da Leadzai assume que a perspetiva de recrutamento é conservadora e poderá ser revista: “fruto do que se passa no mercado, não sabemos muito bem o que aí vem. Temos de ser regrados nas nossas ambições”.

Apesar de contar com um escritório na Baixa de Lisboa, a plataforma portuguesa aposta na flexibilidade. “A cultura é trabalhar de onde quiserem. Podem ficar cinco dias seguidos em casa, no escritório ou até na Tailândia. Nem mesmo as funções mais orientadas para o cliente são impeditivas para trabalho remoto. As pessoas trabalham mesmo de onde querem – temos trabalhadores no Brasil e em Malta, por exemplo.”

Mais difícil “é gerir a burocracia de ter pessoas nos outros países“, lamenta o líder da Leadzai. “É incrível como a União Europeia não consegue fazer um mercado único de trabalho. Em França, contratamos as pessoas diretamente. Tivemos de abrir atividade, pagar a contribuição da segurança social dos dois lados porque ninguém comunicava…até finalmente a Segurança Social de Portugal saber disso e depois receber a comunicação de lá. Surpreende-me o quão pouco uniformizada a UE pode ser.”

Mudança de marca e maior aposta internacional

Quando nasceu como Advertio, em 2016, o propósito da Leadzai era “criar campanhas”, daí o nome compactar as palavras ‘advertisement’ [anúncio, em inglês] e ‘io’, de input/output de dados. Agora, a empresa está focada em “gerar leads, ou seja, negócio para os clientes.

A missão da plataforma é ajudar a crescer 200 milhões de empresas a nível mundial. No final de 2022, cerca de 80% das receitas da Leadzai serão geradas pelo mercado internacional. Além da Europa, a tecnológica funciona em toda a América Latina — menos no Brasil e na Venezuela — graças a uma parceria estratégica com uma empresa da Argentina.

“Em vez de cobrarmos 200 euros às empresas para fazermos publicidade, cobramos apenas pelos resultados que geramos. Por exemplo, com os restaurantes, paga-se por cada reserva concretizada e não por clique. É uma diferença significativa”.

A próxima aposta será o mercado dos Estados Unidos, para onde já foi contratada a primeira pessoa. “É um mercado com um potencial gigante.”

Fora dos horizontes, para já, está a entrada no mercado asiático. “Quando isso for preciso, iremos necessitar de um parceiro estratégico. É muito diferente ensinar um sistema a trabalhar nos idiomas latinos e ocidentais do que nos idiomas asiáticos. Temos muito que aprender na área da inteligência artificial – o esforço seria tão grande que ainda não é uma prioridade.”

Ronda com “imensa sorte”

Apesar do anúncio em setembro, a nova ronda de investimento da Leadzai foi negociada no início do ano, antes do início da guerra na Ucrânia e da derrapagem do mercado internacional de capitais.

“Tivemos imensa sorte e não tínhamos antecipado o momento de crise que agora estamos a viver. Em fevereiro, decidimos falar com meia dúzia de sociedades de capital de risco para ver qual seria o apetite pelo nosso negócio. Termos um negócio sólido torna-nos numa aposta interessante e o segundo investidor que nos apareceu acabou por liderar a ronda”, reconhece João de Sousa Aroso.

“Com este investimento levantámos um pouco mais do que seria normal. Assim, teremos mais runway. Não desacelerámos no investimento e garantimos pelo menos mais dois ou três anos de vida útil para suportar o nosso crescimento. Para o bem ou para o mal, depois desses anos, o mercado já dará outros sinais”, acredita João de Sousa Aroso.

Antes desta injeção de capital, a Leadzai já tinha obtido um total de 1,725 milhões de euros em rondas de investimento anteriores.

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