Juros do BCE afundam bolsas, mas bancos valorizam. BCP sobe mais de 4%

Cotadas do setor da banca beneficiam da decisão do BCE, que atirou para o vermelho as restantes ações. Em Lisboa, BCP destaca-se ao subir mais de 4%.

Após o anúncio de uma subida de juros de 75 pontos base pelo Banco Central Europeu (BCE), a maior deste século, as bolsas europeias afundaram. Apesar de já ser antecipado, este sinal claro de uma posição mais agressiva por parte do banco central assustou os investidores. Em contrapartida, as ações dos bancos estão a avançar, com o BCP a ganhar mais de 4%.

O índice de referência europeu, Stoxx 600, cai 0,72%, enquanto o francês CAC-40 perde 0,85% e o espanhol IBEX-35 cede 0,79%. Já o britânico FTSE 100 recua 0,53% e o alemão DAX desvaloriza 1,35%. Em Portugal, o PSI cai 0,40%.

“O aumento da taxa de juros de hoje, o maior na história da área da moeda única, ocorre apesar da recessão que se aproxima e é uma prova da enormidade do desafio inflacionário enfrentado pelo banco central”, nota Seema Shah, da Principal Global Investors, citada pela Reuters.

Em contraciclo com estas quedas está o setor da banca, beneficiando da decisão do BCE. O índice europeu que segue as cotadas do setor sobe 1,8%, com o Bankinter a avançar mais de 4%, o Sabadell a subir 3,3%, o Commerzbank a ganhar 2,7% e o UniCredit a somar 2,3%. O banco português do PSI não foge à tendência, ao valorizar 4,52% para os 0,1502 euros.

BCP sobe mais de 4%

O banco beneficia também da decisão do Tribunal Europeu, que impediu juízes polacos de alterar cláusulas de créditos em francos suíços. Decisão surge depois de contratos de crédito à habitação em francos suíços celebrados na Polónia terem levado os encargos dos clientes a disparar e sido considerados abusivos pelos tribunais do país, traduzindo-se em perdas elevadas para os bancos, entre eles o Bank Millennium, que pertence ao BCP.

É de sinalizar também que o efeito negativo nas bolsas (excetuando a banca) foi para além da Europa, com os futuros das ações norte-americanas a recuar. Wall Street, cujo desempenho já tem sido pressionado pela posição mais agressiva da Reserva Federal norte-americana, prepara-se para mais subidas de juros no futuro, após o aumento do BCE.

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