Ministros voltam a falhar acordo. Leão continua sem apoio suficiente para liderar fundo de resgate europeu

Nem o ex-ministro português João Leão nem o luxemburguês Pierre Gramegna reúnem o apoio necessário para um deles ser nomeado o novo líder do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Os ministros das Finanças da Zona Euro voltaram a falhar um acordo para a escolha do novo diretor executivo do Mecanismo Europeu Estabilidade (MEE). O ex-ministro português João Leão e o luxemburguês Pierre Gramegna são os dois únicos nomes na corrida.

A notícia foi avançada no Twitter pelo correspondente da Bloomberg em Bruxelas, referindo que nenhum dos candidatos reuniu o apoio necessário para a nomeação. É necessário arrecadar 80% dos votos expressos, sendo que o mandato do atual líder, Klaus Reglin, termina a 7 de outubro. O ECO contactou fonte oficial do Ministério das Finanças e encontra-se a aguardar resposta.

A reunião do Conselho de Governadores do MEE esta sexta-feira, que decorreu em Praga, foi a terceira tentativa de eleger uma nova liderança para o fundo de resgate da Zona Euro. Os ministros europeus deverão voltar a discutir o assunto em 3 de outubro, no Luxemburgo. Portugal faz-se representar pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, que sucedeu a João Leão nesse cargo governativo.

Cabe aos ministros das Finanças do euro tomar esta decisão, numa votação feita por maioria qualificada, ou seja, 80% dos votos expressos, sendo que os direitos de voto são iguais ao número de ações atribuídas a cada país membro do MEE no capital social autorizado. Portugal, por exemplo, tem um direito de voto de cerca de 2,5%, o que compara com o da Alemanha (26,9%) e de França (20,2%), estes com maior peso na votação e com poder de veto.

Esta semana, Medina tinha admitido que a discussão é “delicada”, porque existem “diferentes sensibilidades” entre os países. “É uma questão que tem sido delicada do ponto de vista do equilíbrio entre os países e das sensibilidades sobre o que deve ser o futuro do MEE”, acrescentou o português.

Em maio, João Leão foi entrevistado pelo Politico acerca da candidatura à liderança do fundo de resgate. O ex-ministro disse ser “muito importante encontrar o equilíbrio certo para melhorar as finanças públicas através de, não só, políticas orçamentais cuidadosas, [mas também de] bom crescimento económico e do emprego. Portugal alcançou esse equilíbrio”, afirmou, acrescentando que o MEE “é importante para providenciar estabilidade” na Zona Euro, “mesmo quando não está a ser usado”.

Sediado no Luxemburgo, o MEE é uma organização intergovernamental criada pelos Estados-membros da Zona Euro para evitar e superar crises financeiras e manter a estabilidade financeira e a prosperidade a longo prazo, concedendo empréstimos e outros tipos de assistência financeira aos países em graves dificuldades financeiras.

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