Guterres e Turquia negoceiam regresso da Rússia ao acordo sobre exportação de cereais

  • ECO e Lusa
  • 30 Outubro 2022

Mais de 200 navios já foram afetados pela decisão de Moscovo de suspender acordo sobre as exportações agrícolas da Ucrânia. Analistas antecipam subida dos preços dos bens alimentares.

“Profundamente preocupado”, o diretor geral da ONU, António Guterres está em “intensos contactos” para que a Rússia retome a participação no acordo sobre a exportação de cereais. Também a Turquia está em negociações com Moscovo. Mais de 200 navios já foram afetados pela decisão russa e os analistas antecipam subida dos preços dos bens alimentares.

Um porta-voz da ONU adiantou à agência Reuters que Guterres está “profundamente preocupado” com a decisão da Rússia de suspender o acordo que permitiu desbloquear as exportações agrícolas a partir dos portos ucranianos no Mar do Norte, depois dos alegados ataques à sua frota perto de Sevastopol com drones.

O diretor-geral da ONU adiou a sua viagem para a Argélia, para participar na Cimeira da Liga Árabe, para tentar resolver este impasse, acrescentou o responsável em comunicado.

Já a NATO destacou que as exportações de cereais da Ucrânia ajudaram a reduzir os preços dos alimentos em todo o mundo. “Apelamos à Rússia que reconsidere a sua decisão e renove o acordo urgentemente, permitindo que os alimentos continuem a chegar junto daqueles que mais precisam”, referiu a porta-voz da organização Oana Lungescu.

De acordo com o Governo ucraniano, mais de 200 navios foram “efetivamente bloqueados” pela decisão russa. Os analistas antecipam uma subida dos preços do trigo nos mercados das matérias-primas esta segunda-feira em resultado do atual bloqueio.

A Turquia, que também ajudou a desbloquear o acordo em julho, também está em negociações com a Rússia. Um responsável do Governo de Ancara, que pediu para não ser identificado, confirmou à Bloomberg que as negociações vão continuar na segunda-feira se não houver nenhum progresso ao longo do dia de hoje.

A mesma fonte afirmou que “há razões para otimismo”, apesar de a Rússia ter assegurado que a sua retirada do acordo, mediado na altura pela Turquia, teria um alcance indefinido.

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